S�o Paulo – Um dia depois de ser afastada da Presid�ncia da Rep�blica, Dilma Rousseff expressou confian�a de que ter� sucesso no julgamento de seu impeachment no Senado brasileiro. “Acredito na minha defesa”, disse Dilma em entrevista � imprensa estrangeira. “Viajarei para onde for convidada para me defender.”
Dilma criticou o gabinete inteiramente branco e masculino anunciado na quinta-feira pelo presidente em exerc�cio, Michel Temer, que a substituir� durante seu afastamento. “Lamento que n�o tenha nenhuma mulher ou pessoa negra na administra��o ap�s muitos anos”, disse Dilma. “Discrimina��o de g�nero e racial � uma quest�o s�ria no Brasil”, acrescentou. Segundo o novo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, n�o h� mulheres no minist�rio do Temer porque os partidos pol�ticos que o comp�em n�o indicaram.
A presidente afastada conversou com cerca de duas dezenas de jornalistas representantes da imprensa estrangeira na resid�ncia oficial, o Pal�cio da Alvorada, onde continuar� morando durante o julgamento do impeachment.
Na entrevista, assim como fez anteriormente, Dilma afirmou que n�o fez nada errado e que o movimento do impeachment significa a derrubada de um governo eleito democraticamente. Dilma tem acusado Temer, um antigo aliado, de conspirar com os inimigos pol�ticos dela para tomar o comando do pa�s.
“Esse processo n�o tem base legal. � um golpe”, disse Dilma. “� um mecanismo pol�tico pelo qual pessoas que n�o foram eleitas chegam ao poder.” A presidente afastada tamb�m afirmou que o sistema pol�tico precisa de uma reforma profunda. O ex-advogado geral da Uni�o, Jos� Eduardo Cardozo, que tem representado Dilma durante o processo de impeachment, apareceu com ela na entrevista de ontem. Cardozo disse que vai represent�-la durante o julgamento no Senado.