Bras�lia, 14 - O presidente afastado da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu definir com seus aliados um formato de gest�o da Casa de forma que ele, mesmo longe do cargo, consiga manter a influ�ncia sobre suas atividades.
A ideia � manter o presidente interino da Casa, Waldir Maranh�o (PP-MA), no posto. No entanto, quem comandar� as sess�es plen�rias e a reuni�o de l�deres partid�rios para definir a pauta de vota��es ser�o o segundo-vice-presidente Fernando Giacobo (PR-PR) e o primeiro-secret�rio Beto Mansur (PRB-SP), ambos integrantes do chamado �centr�o�, grupo liderado por Cunha.
O formato ser� ainda repassado pelo Pal�cio do Planalto, que tem agora � frente o presidente da Rep�blica em exerc�cio, Michel Temer. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, conversou nesta sexta-feira (13), por telefone com Maranh�o, que demonstrou disposi��o em colaborar com a nova administra��o. �Vamos construir um entendimento�, disse Geddel. Eles devem conversar pessoalmente neste fim de semana.
A decis�o de Temer, por ora, � de n�o se envolver na discuss�o em torno da presid�ncia da C�mara. Os aliados dizem que o presidente em exerc�cio n�o quer repetir o erro da presidente afastada Dilma Rousseff na disputa pela presid�ncia da Casa, no ano passado. O governo petista patrocinou a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), derrotado no primeiro turno, e Cunha, irritado com a participa��o direta de ministros de Dilma na campanha de Chinaglia, criou uma pauta-bomba.
Auxiliares de Temer sustentam que os poss�veis candidatos a presidente da C�mara, como Jovair Arantes (PTB-GO) e Rog�rio Rosso (PPS-DF), foram favor�veis ao impeachment e est�o na linha de frente de sustenta��o do novo governo. Portanto, n�o h� raz�o para o governo apoiar um nome espec�fico. O discurso de Temer ser� de que � um tema do Legislativo.
Conhecido como um parlamentar �hesitante�, Maranh�o ganhou for�a para se segurar ap�s procurar nesta semana o apoio de Cunha para continuar no cargo. Interlocutores contam que os dois t�m se falado nos �ltimos dias e, desde ent�o, os partidos do �centr�o� (PTB, PSD, PSC e PR) passaram a defender a tese de deixar o pepista na presid�ncia, mas sem poder de decis�o. As siglas integram hoje a base de apoio de Temer e s�o velhas aliadas do presidente afastado da Casa. �Essa proposta � de Eduardo Cunha, que quer o comando da Casa fragilizado. Ele quer continuar manietando�, concluiu um oposicionista de Maranh�o.
O problema, por�m, � que partidos que integram a base de Temer rejeitam a manuten��o da influ�ncia de Cunha. �Cunha continua conduzindo a C�mara � dist�ncia�, protestou o l�der do DEM, Pauderney Avelino (AM). Nesse sentido, PSDB, DEM e PPS pressionam para que Maranh�o renuncie. �N�o tem ren�ncia. Sem ren�ncia�, balbuciou nesta sexta-feira o pepista, acrescentando que � preciso �administrar o Pa�s�.
DEM, PSDB e PPS dizem que v�o insistir na busca de uma solu��o permanente para situa��o de Maranh�o, mas que n�o v�o obstruir o fluxo de vota��o dos projetos do governo Temer. �Essa � uma queda de bra�o. Tem de dar uma solu��o, mas como vai se dar, n�o sei�, disse outro candidato a l�der do governo, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.