Artistas j� ocupam pr�dios da Cultura em 14 capitais contra extin��o do MinC

Rio, 19 - Artistas e trabalhadores da cultura j� ocupam 14 pr�dios do Minist�rio da Cultura, Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e Funda��o Nacional de Arte (Funarte) em 14 capitais do Pa�s. As ocupa��es come�aram no domingo, na sede da Funarte em Belo Horizonte e, nos �ltimos cinco dias, o movimento se espalhou para o Rio, Bras�lia, S�o Paulo, Bel�m, S�o Lu�s, Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Salvador, Curitiba, Cuiab� e Macap�. Os artistas protestam contra o governo do presidente em exerc�cio, Michel Temer, e a extin��o do MinC, com sua subordina��o ao Minist�rio da Educa��o.

No Rio, o Pal�cio Gustavo Capanema, onde funciona a representa��o do MinC para o Rio e Esp�rito Santo, e tamb�m �rg�os como o Iphan, a Funarte e a Funda��o Palmares, a presen�a dos artistas, das �reas da m�sica, dan�a, teatro e cinema, e de trabalhadores da cultura, vem ganhando for�a e visibilidade a cada dia. S�o cerca de 50 pessoas dormindo no segundo andar do pr�dio, e centenas participando de shows, oficinas, performances e plen�rias. No Facebook, s�o pedidas doa��es de alimentos, materiais de limpeza e de papelaria, para confec��o de cartazes, que chegam a todo momento.

Nesta quinta-feira, 19, �s 16 horas, ir�o se apresentar no palco montado sob os pilotis os m�sicos Frejat, Leoni, Lenine e Pedro Lu�s. Na quarta-feira, houve shows de Arnaldo Antunes e Otto. Na sexta-feira, 20, � esperada a presen�a de Caetano Veloso. Artistas de peso, como as atrizes Andrea Beltr�o e Teresa Seiblitz e o cineasta Ruy Guerra foram at� l� para dar seu apoio ao movimento e gravaram v�deos de endosso, veiculados no Facebook.

O an�ncio, na quarta, do nome do novo secret�rio nacional de Cultura, Marcelo Calero, at� ent�o secret�rio de Cultura do munic�pio do Rio, n�o mudou em nada os rumos da ocupa��o carioca, que recusa di�logo com a gest�o Temer, por consider�-la ileg�tima.

O manifesto do grupo diz: "Exigimos a deposi��o imediata do governo ileg�timo que tenta se instaurar. N�o reconhecemos Michel Temer como presidente do Brasil. Qualquer tipo de negocia��o com o Pal�cio do Planalto � uma forma de legitima��o do golpe. Faremos a governan�a real e simb�lica na luta pelos nossos direitos, ocupando - de forma pac�fica, mas contundente - o Pal�cio Gustavo Capanema. Reafirmamos que o espa�o p�blico � o lugar da luta pol�tica e que as ocupa��es s�o leg�timas e necess�rias."

"N�o aceitamos migalhas, n�o ficaremos no varejo. Isso aqui n�o � s� um setor reivindicando sua subsist�ncia, embora o que est� acontecendo atinja nosso fazer cultural e art�stico. A quest�o � muito maior", disse a atriz e professora Ana L�cia Pardo, uma das ocupantes.