Bras�lia, 19 - O vice-presidente do Conselho de �tica, deputado Sandro Alex (PPS-PR), fez uma "brincadeira" durante seu questionamento ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre possuir contas no exterior, nesta quinta-feira, 19. "Truste deve ser uma b�n��o, uma expectativa de vida, ele nasce, pena que n�o para todos os brasileiros", ironizou. Cunha diz n�o possuir patrim�nio, contas ou investimentos no exterior, e sim um truste.
"Aqui n�o h� b�n��o do truste", respondeu Cunha a Sandro Alex. "Eu, como cat�lico, acredito que b�n��o pode ser a boa gest�o do patrim�nio." Indagado por Alex se gostaria de mudar a sua afirma��o na CPI negando possuir contras na Su��a, Cunha disse que "mant�m na �ntegra todo o depoimento � CPI da Petrobras".
Alex defendeu que a representa��o contra o peemedebista no colegiado n�o se limita apenas ao fato de ele ter mentido ou n�o na CPI da Petrobras, como Cunha alega. O peemedebista tem usado o argumento para evitar perguntas questionando a origem e a licitude de seus recursos. "Estamos avaliando a exist�ncia de dinheiro no exterior e a origem il�cita desse dinheiro", disse Alex. Cunha, por outro lado, defendeu que o colegiado aceitou manter a an�lise do processo apenas acerca da representa��o inicial do PSOL e da Rede.
Ele n�o respondeu a pergunta de Alex sobre a sua rela��o com o lobista Fernando Soares, o "Baiano", que prestou depoimento no Conselho de �tica no �ltimo m�s. Ao colegiado, Baiano contou que entregou cerca de R$ 4 milh�es no escrit�rio de Cunha, no Rio de Janeiro, e que frequentava a casa do parlamentar. Mais cedo, Cunha afirmou que Baiano "n�o o representa, nem representa o PMDB".
O peemedebista voltou a dizer que a sua acusa��o tinha base pol�tica e que "a sua presen�a no parlamento pode incomodar oposi��es". "N�o quero a extin��o dos meus advers�rios, n�o fa�o pol�tica dessa forma", declarou.
Durante a oitiva de Cunha, um de seus principais aliados, Andr� Fufuca (PP-MA), fez uma compara��o do caso de Cunha com Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda. Fufuca lembrou que Meirelles foi acusado em 2005 de evas�o de divisas por ter um truste, mas o caso foi posteriormente arquivado pelo ent�o procurador-geral da Rep�blica, Antonio Fernando Souza.