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Estado de Minas

STF aceita dela��o de S�rgio Machado

Ex-presidente da Transpetro, que gravou conversas com Romero Juc�, Renan e Sarney, vai contar � Justi�a o que sabe sobre o esquema de corrup��o na Petrobras em troca de redu��o de pena


postado em 26/05/2016 06:00 / atualizado em 26/05/2016 07:56

Sérgio Machado decidiu gravar as conversas com Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney quando soube que tinha sido denunciado pelo executivo de uma empreiteira e que poderia ser preso(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
S�rgio Machado decidiu gravar as conversas com Romero Juc�, Renan Calheiros e Jos� Sarney quando soube que tinha sido denunciado pelo executivo de uma empreiteira e que poderia ser preso (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)
Bras�lia – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou, na tarde de ontem, os termos da dela��o premiada do ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado. O mais novo delator da Lava-Jato j� prestou 10 depoimentos. Ele � respons�vel por estremecer o governo interino de Michel Temer ao gravar conversas reservadas com o ex-ministro Romero Juc�; o presidente do Senado, Renan Calheiros; e com o ex-presidente da Rep�blica Jos� Sarney. A expectativa � de que, a partir da homologa��o, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) pe�a a abertura de novos inqu�ritos.

O alvo central das revela��es que est�o sendo feitas por Machado � o PMDB, partido do presidente interino. � poss�vel ainda, a partir das informa��es repassadas pelo ex-presidente da Transpetro, fazer adendos a investiga��es j� em andamento no Supremo. Em raz�o do conte�do do grampo, Juc� teve que deixar o Minist�rio do Planejamento somente 11 dias depois de ter assumido o cargo.

Ontem, o jornal Folha de S.Paulo publicou trechos de uma conversa entre Machado e Renan Calheiros. Sem saber que estava sendo gravado, o presidente do Senado defende uma modifica��o na lei de dela��o premiada. Ele demonstrou interesse em elaborar uma legisla��o para impedir que algu�m que esteja preso possa assinar um termo de dela��o premiada.

“Primeiro, n�o pode fazer dela��o premiada preso. Primeira coisa, porque a� voc� regulamenta a dela��o e estabelece isso”, disse Renan. Machado, que sugeriu pacto para “passar uma borracha no Brasil”, diz para Renan que “t� todo mundo sentindo um aperto nos ombros”. Renan completa: “Tudo com medo”. Em seguida, Machado afirma que “n�o sobra ningu�m, Renan”.

No di�logo, Renan sugeriu que poderia “negociar” com os ministros do STF uma “transi��o” para Dilma Rousseff. O senador disse que seu plano A para a crise pol�tica do Brasil � um semiparlamentarismo. O impeachment da petista seria o plano B. Segundo Renan, os ministros n�o negociavam com Dilma porque estavam “putos” com ela.

“Ela (Dilma) disse: ‘Renan, eu recebi aqui o (Ricardo) Lewandowski, querendo conversar um pouco sobre uma sa�da para o Brasil, sobre as dificuldades, sobre a necessidade de conter o Supremo como guardi�o da Constitui��o. O Lewandowski s� veio falar de aumento, isso � uma coisa inacredit�vel’”, afirmou Renan. A assessoria do STF comunicou que o presidente do tribunal “jamais” manteve conversas sobre suposta “transi��o” ou “mudan�as na legisla��o penal” com Renan ou com Dilma.

Durante a conversa entre Renan e Machado, o senador A�cio Neves (PSDB-MG) tamb�m � citado. Segundo o presidente do Senado, o tucano o teria procurado para saber sobre o andamento da dela��o do senador cassado Delc�dio do Amaral (Sem partido-MS) e demonstrado preocupa��o. “A�cio est� com medo. Renan queria que voc� visse para mim esse neg�cio do Delc�dio, se tem mais alguma coisa”. Na sequ�ncia, Machado complementa dizendo j� ter feito parte dos quadros do partido e que “n�o sobra ningu�m”. Em outro trecho, Renan concorda com Machado de que o PSDB estaria convencido de que seria alvo de investidas da Lava-Jato e afirma que o senador por Minas teria dito isso a ele.

Sem provas Em nota, o PSDB afirma que se trata de tentativa “deliberada e criminosa” de S�rgio Machado de deixar o partido e o senador A�cio Neves sob suspeita. E que nas conversas em que ele cita o parlamentar n�o h� “nenhum fato” que as justifique. “As grava��es se limitam a reproduzir coment�rios feitos pelo pr�prio autor, com o objetivo espec�fico de serem gravados e divulgados. � inaceit�vel essa reiterada tentativa de acusar sem provas em busca de conseguir benef�cios de uma dela��o premiada. Por isso ser� acionado pelo partido na Justi�a”, afirma a nota. Em rela��o ao coment�rio feito por Renan Calheiros, o partido ressalta que A�cio manifestou ao peemedebista foi “indigna��o com as falsas cita��es feitas ao seu nome”. Sobre o assunto, Calheiros se desculpou e afirmou ter se expressado “inadequadamente” e afirmou que o tucano teria manifestado indigna��o e n�o medo.

Renan Calheiros afirmou que “os di�logos n�o revelam, n�o indicam, nem sugerem qualquer tentativa de interferir na Lava-Jato ou solu��es an�malas”. “E n�o seria o caso, porque nada vai interferir nas investiga��es.” (Com ag�ncias)

Ajuda para evitar Moro


Conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro S�rgio Machado indicam que o ex-presidente Jos� Sarney (PMDB-AP) ofereceu ajuda para evitar que o caso do dirigente, investigado na Opera��o Lava-Jato, fosse transferido para a 13ª Vara de Curitiba, sob a condu��o do juiz S�rgio Moro. Sarney disse ainda que uma poss�vel dela��o premiada da construtora Odebrecht na Opera��o Lava-Jato seria “uma metralhadora de (calibre) ponto 100” e deu a entender que a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) seria atingida, pois teria feito uma a��o “diretamente” com a empreiteira durante a campanha eleitoral.

Nos trechos dos di�logos gravados em mar�o e divulgados ontem, Sarney mostra preocupa��o com uma poss�vel dela��o premiada de S�rgio Machado. Ele deixou claro que concordava com uma a��o para impedir que o caso de S�rgio Machado parasse nas m�os de Moro, mas sem interm�dio de advogados. “O tempo � a seu favor. Aquele neg�cio que voc� disse ontem � muito procedente. N�o deixar voc� voltar para l� (Curitiba)”, disse o peemedebista. “N�s temos � que conseguir isso (o pedido de Machado) sem meter advogado no meio”, afirmou.

Sarney repetiu a recomenda��o “sem meter advogado” por tr�s vezes. Na sequ�ncia, S�rgio Machado concorda que “advogado n�o pode participar disso de jeito nenhum” e diz que “advogado � perigoso. Segundo os di�logos publicados, embora n�o fique clara a estrat�gia delineada por Sarney, estavam previstas conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Juc� (PMDB-RR), ambos tamb�m grampeados por S�rgio Machado.

Em outro trecho, Sarney disse que o �nico caso em que Dilma estaria envolvida diretamente seria uma a��o feita em uma campanha eleitoral, mas n�o conclui qual teria sido ou quando. E diz ainda que os casos de corrup��o denunciados na Lava-Jato eram de responsabilidade do governo federal. “Esse neg�cio da Petrobras, s� os empres�rios que v�o pagar, os pol�ticos? E o governo que fez isso tudo, hein?”, indagou o ex-presidente. S�rgio Machado diz que o PSDB tamb�m sabe que � a pr�xima bola da vez e indica que ningu�m sair� ileso das investiga��es.

Em nota, Sarney disse desconhecer o teor das grava��es. O ex-presidente disse conhecer S�rgio Machado h� muitos anos e ter com ele uma rela��o de amizade. O ex-presidente afirma ainda que as conversas que manteve com Machado foram marcadas por solidariedade e lamenta que elas tenham se tornado p�blicas.

Ministro contra
Ap�s a divulga��o de �udio no qual o presidente do Senado, Renan Calheiros, defende mudan�as nas regras das dela��es premiadas, o ministro da Justi�a e Cidadania, Alexandre de Moraes (PSDB-SP), elogiou o instrumento e disse n�o ver a necessidade de alterar a legisla��o das dela��es. “N�o acho que haja a necessidade de alterar a legisla��o das dela��es premiadas. A PF, o MPF, o Judici�rio e a defesa participam do processo. O advogado de defesa pode inclusive impugnar (a colabora��o � Justi�a). N�o h� que se falar em falta de fiscaliza��o ou falhas nas dela��es”, afirmou.


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