Genebra, 26 - O ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra, encontra resist�ncia interna no Itamaraty para implementar seu plano de fechar embaixadas do Brasil no exterior. Uma comiss�o ser� formada para estudar de que maneira postos no exterior ser�o encerrados, num esfor�o de reduzir custos. Mas o debate interno j� � intenso, com grupos alertando para iniciativas que poderiam ser prejudiciais, inclusive economicamente.
Fontes do alto escal�o da chancelaria indicaram que, na sexta-feira passada, um pedido chegou �s divis�es que se ocupam das rela��es com a �frica ordenando que cinco embaixadas fossem escolhidas para que entrassem numa avalia��o dos postos que seriam fechados. Segundo as fontes, apenas 45 minutos teriam sido dados para que os diplomatas respondessem � solicita��o.
A forma encontrada foi a de sugerir o fechamento de apenas duas embaixadas, em Serra Leoa e na Lib�ria. Em ambos os casos, o crit�rio usado foi o de que esses pa�ses n�o haviam adotado um princ�pio da reciprocidade, n�o contando com embaixadas no Brasil. Politicamente, o Pa�s teria mais espa�o para justifica essas decis�es.
Ao
Estado
, a assessoria de imprensa do Itamaraty disse que a informa��o n�o era correta e apenas indicou que �uma comiss�o produzir� um estudo � respeito�. Segundo a assessoria, n�o h� nada decidido, nem sobre as embaixadas e nem sobre a quantidade.
Com um rombo in�dito em suas contas, a chancelaria deve R$ 3,2 bilh�es �s entidades internacionais e corre o risco de perder poder de voto em algumas delas. Serra pediu R$ 800 milh�es ao governo para sanar parte das d�vidas e tentar reduzir custos.
Ainda que nenhuma decis�o tenha sido tomada ainda, a reportagem apurou que mesmo a informa��o sobre a poss�vel inclus�o desses dois nomes causou cr�ticas internas. Para um grupo que atua nessa �rea dentro do Itamaraty, o fechamento desses postos poderia causar at� mesmo um aumento imediato dos custos, com mudan�as, rompimento de contratos e outros compromissos financeiros.
Cr�ticas
Mas � pelo impacto pol�tico que o fechamento de embaixadas mais gera cr�ticas. O ex-ministro Celso Amorim tem declarado a pessoas pr�ximas da c�pula do Itamaraty que, se essas embaixadas forem fechadas, � o fim da pol�tica de �n�o indiferen�a�, uma postura de pol�tica externa que o Brasil havia adotado de n�o abandonar as crises mais profundas do mundo.
Nos �ltimos anos, a Lib�ria havia se tornando um exemplo de um pa�s africano que tenta sair de uma situa��o de extrema pobreza. A presidente Ellen Johnson Sirleaf foi escolhida como pr�mio Nobel da Paz de 2011 e foi a primeira mulher a assumir um governo na �frica.
Serra Leoa ainda tenta se recuperar da crise deixada pelo ebola e, para diplomatas do setor africano, ao deixar o pa�s o Brasil daria um sinal de estar abandonando seu compromisso com o desenvolvimento. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.