Dilma aproveita defesa de Parada LGBT para 'cutucar' ministro de Temer

Porto Alegre, 29 - A presidente da Rep�blica afastada, Dilma Rousseff, usou suas contas no Twitter e no Facebook para defender a Parada do Orgulho LGBT, que ocorre neste domingo em S�o Paulo. Ela classificou o evento como uma das maiores manifesta��es do mundo pelo respeito � diversidade e aproveitou para "cutucar" um membro do governo do presidente em exerc�cio, Michel Temer. "H� 20 anos, manifestantes ocupam a Av. Paulista e mostram que � poss�vel reivindicar avan�os de forma pac�fica e democr�tica", disse.

Dilma aproveitou as postagens para lembrar um decreto assinado por ela em abril deste ano, autorizando que servidores LGBT do funcionalismo p�blico federal usem o nome social nos crach�s de trabalho. A medida � voltada especialmente para travestis e transexuais dos quadros civil e militar que preferem ser chamados por um prenome diferente do nome que consta em seu registro civil.

"Vale destacar que o #SUS foi pioneiro em reconhecer o nome social, garantindo dignidade e inclus�o a todos e todas", disse Dilma nas mensagens de hoje no Twitter e no Facebook. "� uma forma de tirar essas pessoas do processo de exclus�o da educa��o, do trabalho, da vida social, enfim, das pol�ticas p�blicas."

Na sequ�ncia, ela menciona que "um dos ministros do governo provis�rio pretende derrubar o decreto, tendo assinado Projeto de Susta��o de Atos do Poder Executivo". A frase se refere ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que antes de assumir a pasta ocupava uma cadeira na C�mara dos Deputados pelo PTB-RS. Seu nome consta como sendo um dos autores do PDC 395/2016 (Projeto de Decreto Legislativo de Susta��o de Atos Normativos do Poder Executivo).

De acordo com informa��es da C�mara, a emenda do PDC 395/2016 susta o Decreto n� 8.727, de 28 de abril de 2016, que "Disp�e sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de g�nero de pessoas travestis e transexuais no �mbito da administra��o p�blica federal direta, aut�rquica e fundacional".

No dia 24 de maio, o projeto foi encaminhado pela Mesa Diretora da C�mara � Comiss�o de Constitui��o e Justi�a e de Cidadania, e est� sujeito � aprecia��o do Plen�rio. Na lista de autores da proposta, constam outros deputados, como Marco Feliciano (PSC-SP).

Nas redes, Dilma afirmou que "� preciso estar atento e seguir na luta pela democracia, pelas conquistas sociais e pelos direitos das minorais". Ela encerra dizendo que a batalha "contra todas as formas de intoler�ncia e preconceito" deve se estender para al�m da Parada do Orgulho LGBT. "Essa � uma tarefa constante e de todos", escreveu.

Fim de semana

A presidente afastada chegou a Porto Alegre na tarde de quinta-feira para passar o feriado prolongado ao lado da fam�lia. Na sexta-feira de manh�, ela andou de bicicleta na Orla do Gua�ba, nas proximidades de seu apartamento, acompanhada de seguran�as. Depois, n�o fez mais apari��es p�blicas.

Na capital ga�cha, ela divide o tempo entre a filha Paula Ara�jo e os netos, Gabriel e Guilherme, que moram na cidade. Dilma tamb�m visitou o ex-marido, o advogado Carlos Ara�jo.