S�o Paulo, 02 - Em sua dela��o premiada, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerver� disse que, dentre as irregularidades que presenciou na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB/1994-2002) est� a contrata��o de uma empresa do filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, "por orienta��o do ent�o presidente da Petrobras Philipe Reichstul, por volta de 2000".
A PRS Energia, pertencente ao filho do tucano, acabou se associando � Petrobras naquele per�odo para gerir a Termorio. Trata-se da Termorio, maior termoel�trica a g�s do Brasil, constru�da pela multinacional francesa Alstom e que custou US$ 715 milh�es.
Segundo Cerver� relatou em sua dela��o, na �poca o operador de propinas na Petrobras e lobista Fernando Baiano estava fazendo lobby para a estatal se associar � espanhola Union Fenosa para gerir o empreendimento. Baiano e os representantes da empresa, inclusive, vieram ao Brasil no per�odo para tratar com Cerver� sobre o tema. Na �poca, Cerver� era subordinado a Delc�dio Amaral na Diretoria de G�s e Energia da Petrobras.
"Que Fernando Ant�nio Falc�o Soares (Fernando Baiano) e os dirigentes da Union Fenosa acreditavam que o neg�cio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finaliza��o; Que no entanto, o neg�cio j� estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do Presidente da Rep�blica Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso", relatou Cerver�.
"Que o neg�cio havia sido fechado pelo pr�prio declarante, por orienta��o do ent�o presidente da Petrobras Philippe Reichstul", segue o delator contando ainda que o fato deixou tanto Baiano quanto os representantes da empresa espanhola "contrariados". Ainda de acordo com ele, at� Delc�dio Amaral tamb�m ficou contrariado pelo fato de o fechamento do neg�cio envolvendo sua diretoria ter sido determinado pela presid�ncia da Petrobras na �poca.
Ainda de acordo com Cerver�, o ent�o diretor chegou a "fazer amea�a de votar contra a aprova��o do neg�cio na Diretoria Executiva da Petrobras", quando soube do fato, mas acabou recuando depois e votou pela aprova��o do neg�cio na Diretoria Executiva da estatal.
Em 2003, pouco tempo depois da transa��o, a Petrobras acabou adquirindo a participa��o da PRS na Termorio, de 7%, por US$ 19 milh�es.
A reportagem entrou em contato com o Instituto Fernando Henrique Cardoso, mas o ex-presidente e seu filho est�o em viagem e ainda n�o foram localizados para comentar o assunto.