Em ato no Rio, Dilma classifica como 'assustador' primeiros dias da gest�o Temer

Rio, 02 - Em discurso durante ato contra o impeachment no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira, 2, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) disse que seu afastamento � uma tentativa de impedir a continuidade da Opera��o Lava Jato e classificou como "assustador" os primeiros dias da gest�o do presidente em exerc�cio, Michel Temer (PMDB).

"Fica claro na grava��o que eles t�m que impedir meu governo para que a investiga��o n�o chegue a eles, ao senhor (Eduardo) Cunha (presidente afastado da C�mara) e a todos que sustentam o governo Temer", afirmou, referindo-se �s conversas gravadas entre S�rgio Machado e pol�ticos como Romero Juc� (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL). "Juc� � um grande conspirador", disse.

Dilma chegou ao ato, na Pra�a XV (centro do Rio), �s 19h15 e foi recebida aos gritos de "volta, querida" e "fica, Dilma". Antes ela havia estado na casa de Luiz Fernando Pez�o (PMDB), governador do Rio que se licenciou para combater um c�ncer. Durante a visita, no Leblon (zona sul), a presidente afastada foi recebida com vaias por pessoas que passavam pelo local. Um grupo menor a aplaudiu.

A petista chegou ao protesto escoltada pela Pol�cia Militar (PM) e pela equipe de seguran�a composta por profissionais da Pol�cia do Ex�rcito. O ato, chamado "Mulheres Pela Democracia Contra o Golpe", foi organizado pela Frente Brasil Popular, que re�ne partidos e entidades contr�rios ao impeachment. At� as 21h a organiza��o n�o divulgara estimativa de p�blico.

"N�o � o golpe tradicional militar, � um golpe parlamentar", afirmou Dilma em discurso. "Sei que sou um grande inc�modo, eles acham que mulher � fr�gil", continuou. "A �rvore da democracia est� de p�", disse a presidente afastada.

Sobre a gest�o de Michel Temer, Dilma disse que "� estarrecedor e assustador o que aconteceu nos �ltimos 20 dias". Ela criticou a escolha da ex-deputada F�tima Pelaes para o cargo de secret�ria de Pol�ticas para Mulheres. Em entrevista antes de assumir o cargo, ela declarou ser contra a possibilidade de aborto em casos de estupro. "� lament�vel a secret�ria de mulher ser contra o aborto em caso de estupro", reclamou Dilma, que fez v�rias refer�ncias ao estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, ocorrido no Rio no dia 21 de maio.

Sobre os ministros e demais assessores de Temer, Dilma afirmou que "governo de homens velhos, brancos e ricos n�o representa diversidade".

A petista interrompeu o discurso quando viu seguran�as tentando expulsar uma mulher que fazia cr�ticas a Dilma, aos gritos. "N�s lutamos muito pela liberdade de express�o", afirmou, ap�s ordenar aos seguran�as que libertassem a mulher.