
O presidente em exerc�cio Michel Temer nomeou a ex-deputada F�tima Pelaes (PMDB-AP) para comandar a nova Secretaria de Pol�ticas para Mulheres, vinculada ao Minist�rio da Justi�a. F�tima Pelaes � investigada na Justi�a Federal por supostamente ter participado de um esquema que desviou R$ 4 milh�es de verbas do Minist�rio do Turismo para capacita��o de profissionais no Amap�.
O esquema foi desvendado pela Opera��o Voucher, em 2011. Em depoimentos � PF, pessoas ligadas a uma das entidades supostamente beneficiadas pelo esquema afirmaram que o dinheiro desviado do minist�rio seria entregue � deputada peemedebista, respons�vel pela emenda parlamentar que liberou os recursos para o conv�nio. Ela nega participa��o no esquema e, � �poca da opera��o, colocou seus sigilos fiscal e banc�rio � disposi��o da Justi�a.
A nomea��o de F�tima Pelaes foi publicada na edic�o de ontem do Di�rio Oficial da Uni�o. Pelaes � pr�xima a Temer e ocupava a presid�ncia nacional do PMDB Mulher, um dos n�cleos do partido. J� foi filiada ao PFL e ao PSDB. Evang�lica, a ex-deputada foi presidente da Frente Parlamentar da Fam�lia e Apoio � Vida, e defende posi��es mais conservadoras que as da antecessora no cargo, Eleonora Menicucci, que ocupou o cargo durante o governo Dilma Rousseff.
A nomea��o da ex-deputada para chefiar a secretaria gerou cr�ticas de setores favor�veis � descriminaliza��o do aborto j� que ela se manifestou publicamente contra numa sess�o que discutia proposta de concess�o de bolsa a mulheres que engravidam ap�s estupro. “N�s, enquanto representantes do povo brasileiro, temos que pensar que direito n�s mulheres temos de tirar uma vida?”, afirmou em Comiss�o de Seguridade Social e Fam�lia da C�mara, ap�s ter revelado ter sido concebida em um ato de estupro. A m�e, que estava presa, engravidou ap�s ser violentada.
Apesar de declarar-se contr�ria ao aborto, contudo, Pelaes afirmou, ap�s a sua nomea��o, que n�o vai interferir nas atuais regras do pa�s para o aborto: no caso de estupros, a v�tima deve ter apoio do Estado caso queira abortar, como � previsto pela legisla��o.