S�o Paulo, 04 - Quadros importantes do PSDB paulistano trabalham abertamente pela pr�-candidatura a prefeito do vereador Andrea Matarazzo (PSD), egresso do partido ap�s ter sido derrotado pelo empres�rio Jo�o Doria em conven��o. Mesmo com apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do senador Aloysio Nunes e do ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Serra, Matarazzo perdeu, em mar�o, as pr�vias para Doria. Em seguida, ele deixou a legenda e ser� candidato pelo PSD.
Entre os tucanos que neste momento seguem ao lado de Matarazzo est�o Arnaldo Madeira, Hubert Alqueres, Lu�s Sobral e v�rios militantes que integram o comando partid�rio. �Dos 71 membros do diret�rio do PSDB paulistano, grande parte ainda � ligada ao Andrea e trabalha no gabinete dele�, afirma Julio Semeghini, um dos coordenadores da pr�-campanha de Jo�o Doria.
Como resposta, o diret�rio estadual do PSDB amea�a expulsar os dissidentes. �Quem n�o quiser apoiar o Jo�o Doria n�o pode apoiar o Matarazzo. N�o podemos brincar com isso�, diz o deputado Pedro Tobias, presidente do PSDB paulista.
A legenda chegou a divulgar uma resolu��o �lembrando� que os tucanos devem apoiar o candidato do partido na elei��o. �Essa resolu��o revela o temor de que uma parte do PSDB n�o apoie o candidato do partido�, diz Madeira. Ele reconhece que tem participado de reuni�es com Matarazzo, mas nega que pretenda participar da coordena��o de sua campanha. �No Jo�o Doria eu n�o voto. Ele n�o ter� o meu apoio�, afirma.
Ap�s a desist�ncia de Matarazzo, o 2.� turno das pr�vias, no dia 19 de mar�o, teve 3.266 votantes, com 3.152 (96,5%) votos para Doria, 68 votos em branco (2,1%) e 46 (1,4%) nulos. No 1.� turno, Doria teve 2.681 votos, Matarazzo, 2.045 e Ricardo Tripoli, 1.387.
A menos de um m�s do in�cio das conven��es partid�rias que oficializar�o os candidatos � Prefeitura de S�o Paulo, lideran�as do PSDB pr�ximas a Matarazzo tamb�m tentam derrubar na Justi�a Eleitoral a candidatura de Doria.
O ex-governador Alberto Goldman e o senador Jos� An�bal prestaram depoimento ao Minist�rio P�blico eleitoral na semana passada e formalizaram as den�ncias de que Doria teria praticado abuso de poder econ�mico nas pr�vias. O Minist�rio P�blico eleitoral recebeu tr�s representa��es contra Doria. Al�m da feita pelos tucanos, outra � de um cidad�o e a terceira do Movimento de Combate � Corrup��o Eleitoral.
�Vejo ind�cios de abuso de poder econ�mico. Estamos fazendo um pente-fino na pr�-campanha�, disse ao Estado o promotor Jos� Carlos Bonilha, respons�vel pelo procedimento investigativo. Ele afirma, ainda, que pretende ouvir mais dez envolvidos na pr�-campanha.
Entre eles est� um motorista de van que teria levado filiados para locais de vota��o e pessoas que disseram ter recebido dinheiro para trabalhar na pr�-campanha. Caso sejam comprovadas as irregularidades, o Minist�rio P�blico pode pedir a cassa��o do registro de Doria. Entre outras acusa��es, Goldman e An�bal afirmam que o empres�rio pagou transporte, alimentos e at� teria promovido um churrasco para militantes com recursos que n�o eram do partido.
Um dos coordenadores da pr�-campanha de Doria, o tucano Julio Semeghini diz que as pr�vias foram feitas dentro da lei eleitoral. �O processo atendeu tamb�m � regulamenta��o do partido�, afirma.
O empres�rio sempre negou as irregularidades atribu�das pelos advers�rios. Ontem, ele n�o quis se manifestar. Se a candidatura dele for impugnada pela Justi�a, o partido ter� de escolher outro nome na conven��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.