Bras�lia, 05 - As concess�es feitas pelo governo de Michel Temer neste in�cio de gest�o interina motivaram a base aliada na C�mara a ampliar demandas por cargos e emendas parlamentares. As movimenta��es dos deputados ocorrem em meio aos sinais dados pela c�pula do governo de que pretende evitar qualquer tipo de atrito com setores organizados da sociedade e categorias como o funcionalismo p�blico.
Entre os gestos da c�pula do governo lembrados pelos parlamentares est�o o recuo dos cortes or�ament�rios do programa Minha Casa Minha Vida e o aumento concedido aos servidores, que dever� ter um impacto de cerca de R$ 58 bilh�es aos cofres p�blicos at� 2018. Tentando pegar carona no �mpeto conciliat�rio do governo, deputados t�m enviado recados ao Pal�cio do Planalto indicando que tr�gua e a boa vontade na Casa nos �ltimos dias, demonstrada nas tranquilas aprova��es da revis�o da meta fiscal e da emenda constitucional da Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU), vai at� a vota��o definitiva do impeachment, prevista para ocorrer at� agosto.
Demitidos
L�deres da base de Temer afirmam que uma das principais queixas est� na demora para nomear os comissionados que no governo Dilma Rousseff se colocaram a favor do impeachment e por isso foram demitidos pela petista. De acordo com c�lculos de um peemedebista, que esteve no in�cio da semana passada no Planalto para tratar do tema, ao menos 100 cargos comissionados, divididos entre o Minist�rio da Agricultura, Minas e Energia, Previd�ncia e Ibama, se encontram nessa situa��o.
A promessa do governo interino, conforme l�deres que perderam os cargos no governo Dilma, era de que "tudo seria resolvido" na primeira semana da gest�o Temer, o que n�o ocorreu.
Outro foco de apreens�o de integrantes da base aliada � o prazo para se empenhar as emendas parlamentares. Segundo relatos, desde a mudan�a de governo, ocorrida h� quase um m�s, a execu��o das emendas est� congelada. Os recursos s�o normalmente aplicados nos redutos eleitorais do parlamentares. A maior preocupa��o de integrantes da base est� no fato de que a Lei Eleitoral pro�be a execu��o de obras e servi�os com recursos das emendas nos tr�s meses que antecedem as disputas. Com a realiza��o das elei��es municipais em outubro, dentro do calend�rio legal, o governo ter� at� o fim deste m�s para atender �s reivindica��es dos integrantes da base.
'Dentro do poss�vel'
O cumprimento deste prazo � considerado, contudo, como pouco prov�vel pelo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. A pasta � um dos principais destinos das emendas. "N�o sei se tudo vai ser liberado antes das municipais. Temos uma estrutura muito pequena, mas vamos atender agora dentro do poss�vel", afirmou o ministro ao Estado. Segundo ele, o valor estimado em emendas aplicadas na pasta gira tem torno de R$ 80 milh�es.
Diante da possibilidade de atrasos na libera��o de recursos, integrantes da c�pula do PP, um dos principais partidos de sustenta��o do governo, procuraram na quinta-feira passada o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria Geral do Governo) para tratar do tema. Segundo relatos, o ministro se comprometeu a avaliar um poss�vel cronograma de libera��o das emendas ap�s se reunir com representantes do Minist�rio da Fazenda. Enquanto isso, representantes da base aliada seguem a orienta��o de n�o dar sinais de "ru�dos" com o Pal�cio do Planalto e manter as reivindica��es de maneira reservada. O receio de parte dos aliados � de que ao pressionar publicamente Temer estar� sendo colocado em xeque a governabilidade do presidente em exerc�cio, o que poderia abrir espa�os para o retorno da presidente afastada Dilma Rousseff. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.