S�o Paulo, 07 - Executivos da empreiteira Mendes J�nior condenados por envolvimento no esquema de desvios na Petrobras negociam desde novembro do ano passado um acordo de dela��o premiada com a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato.
Segundo pessoas que acompanham as investiga��es, as tratativas est�o "adiantadas", com os anexos da dela��o fechados, mas nenhum papel foi assinado at� agora. Ainda de acordo com essas fontes, as revela��es feitas pelos executivos da empreiteira sediada em Minas Gerais envolvem pol�ticos de "diferentes partidos".
Em novembro, quando iniciaram as conversas, tr�s executivos da Mendes J�nior foram condenados pelo juiz da 13.� Vara Federal de Curitiba, S�rgio Moro. S�rgio Cunha Mendes, ex-vice-presidente da empreiteira, foi sentenciado a 19 anos e 4 meses de pris�o. Os ex-diretores de petr�leo e g�s da Mendes J�nior Rog�rio Cunha Pereira e Alberto El�sio Vila�a Gomes receberam penas de 17 e 10 anos de cadeia, respectivamente.
"A pr�tica do crime de corrup��o envolveu o pagamento de R$ 31.472.238,00 � Diretoria de Abastecimento da Petrobras, um valor muito expressivo. Um �nico crime de corrup��o envolveu pagamento de cerca de R$ 9 milh�es em propinas", sentenciou S�rgio Moro.
Eles, por enquanto, est�o em liberdade. Outros dois executivos da empreiteira foram absolvidos. Ao se dispor a contar o que sabe sobre o esquema de desvios na Petrobras em troca de benef�cios no cumprimento das penas, a Mendes J�nior entra na lista de grandes empreiteiras que aceitaram dela��es premiadas � Lava Jato ao lado de Odebrecht, OAS, Camargo Corr�a e Andrade Gutierrez.
Leni�ncia
Al�m da dela��o, executivos da Mendes J�nior buscam tamb�m um acordo de leni�ncia - instrumento jur�dico por meio do qual uma empresa admite a pr�tica de il�citos em troca de benef�cios.
Na semana passada, a Advocacia-Geral da Uni�o, por meio da Procuradoria da Uni�o no Paran�, ajuizou a��o na qual cobra R$ 12 bilh�es de 15 empresas e 12 pessoas f�sicas - executivos e ex-funcion�rios da Petrobras - envolvidas no esquema investigado pela Lava Jato. Uma delas � a Mendes J�nior. O valor seria equivalente aos preju�zos � estatal provocados por sobrepre�os e pagamento de propinas a pol�ticos.
Na senten�a que condenou os tr�s executivos da Mendes J�nior, o juiz S�rgio Moro orientou a empresa a buscar um acordo de leni�ncia.
"� pior para a reputa��o da empresa tentar encobrir a sua responsabilidade do que assumi-la", sentenciou o juiz. "A admiss�o da responsabilidade n�o elimina o malfeito, mas � a forma decente de super�-lo, m�xime por parte de uma grande empresa. A iniciativa depende muito mais da Mendes J�nior do que do Poder P�blico", completou Moro.
Na senten�a, o juiz respons�vel pela Lava Jato compara o caso da Mendes J�nior ao da Volkswagen. Em setembro do ano passado, a montadora alem� de ve�culos admitiu fraudes no controle de poluentes de mais de 10 milh�es de ve�culos.
"Com as devidas adapta��es, o recente exemplo da Volkswagen � ilustrativo do comportamento apropriado de uma grande empresa quando surpreendida na pr�tica de malfeitos, diga-se de passagem aparentemente menores dos que os apurados no presente feito", afirmou o juiz Moro. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.