PR altera titulares da CCJ da C�mara de olho em vota��o que beneficia Cunha

Bras�lia, 08 - Pr�tica comum nos �ltimos meses no Conselho de �tica, a troca de membros titulares atingiu tamb�m a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara. De olho na consulta formulada pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranh�o (PP-MA), que pode alterar o rito de vota��o do processo de cassa��o do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PR alterou a composi��o de seus representantes hoje no colegiado.

Os titulares Jorginho Mello (PR-SC) e Paulo Freire (PR-SP) deixaram as titularidades e foram para a supl�ncia. J� os suplentes Laerte Bessa (PR-DF) e Wellington Roberto (PR-PB) passaram a ocupar as vagas de titulares. A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que est� de licen�a maternidade e era suplente, foi substitu�da pelo deputado Jo�o Carlos Bacelar (PR-BA). Bessa, Wellington e Bacelar s�o membros do Conselho de �tica e integram a tropa de choque de Eduardo Cunha no colegiado.

As mudan�as causaram surpresa e revolta no plen�rio da CCJ. "Isso � um precedente in�dito muito grave. Cheira mal", protestou Jorginho Mello, que reclamou de ter sido substitu�do sem consulta pr�via.

O deputado Jos� Carlos Aleluia (DEM-BA) apontou que a CCJ passa agora pelo "espet�culo da troca de membros". "O Congresso brasileiro nunca esteve t�o baixo", afirmou.

O petista Wadih Damous (RJ) chamou a mudan�a de "manobra esp�ria" e disse que, se o parlamento n�o tomar provid�ncias, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Minist�rio P�blico agir�o. "Se n�o assumirmos aquilo para o qual fomos eleitos, outros o far�o", disse.

O parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) sobre a consulta de Maranh�o s� ser� lido na CCJ na sess�o de amanh�. Hoje, Lira protestou contra a obstru��o dos partidos que n�o querem discutir o assunto e pregam que n�o haja mudan�a no rito de vota��o de processo disciplinar no plen�rio. "N�o se pode negar a discutir qualquer tema", reclamou.

Um dos partidos que declararam obstru��o � discuss�o e vota��o do parecer de Lira � o DEM. "Essa mat�ria n�o atende aos interesses da Casa", justificou o l�der da bancada, Pauderney Avelino (AM).