Campos � ex-deputado e presidente interino do PSD, partido do ministro das Comunica��es, Gilberto Kassab, a quem a ECT est� vinculada.
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, tentou justificar a decis�o de Temer alegando que "as empresas p�blicas n�o podem ficar ac�falas". Geddel acrescentou que a indica��o de Campos j� havia sido negociado anteriormente e deveria ter sa�do desde o dia 18 de maio. "Se demorar muito (a aprova��o do texto pelo Congresso), vamos ter de nomear".
Pelo texto do projeto de lei que j� foi aprovado no Senado e est� em aprecia��o agora na C�mara, as vagas de presidente e diretor de estatal ou banco e as dos integrantes dos conselhos de administra��o das empresas s� poderiam ser ocupadas por quem deixou de ser dirigente partid�rio h� pelo menos tr�s anos - o que n�o � o caso de Campos. Esse trecho do projeto, no entanto, poder� ser alterado no projeto de lei por press�o dos partidos da base aliada. O projeto diz ainda que os cargos s� poder�o ser ocupados por quem tiver experi�ncia de dez anos no setor p�blico ou em �rea privada conexa � da empresa que o indicado ir� comandar - o que novamente n�o � o caso de Campos.
Ao defender a indica��o do novo presidente da ECT, Geddel lembrou que publica��o do nome dele no Di�rio Oficial da Uni�o atrasou porque existiam algumas pend�ncias. E avisou que, no caso dele, "n�o dava para mudar mais" porque j� estava tudo acertado desde a primeira semana de governo. Ontem mesmo Campos tomou posse no cargo, em cerim�nia com a presen�a de seu padrinho pol�tico, Gilberto Kassab. At� agora, os Correios estavam sendo controlados por indicados pelo PDT.
Contradi��es
A nomea��o de Campos n�o foi o �nico an�ncio feito por Temer que contraria suas pr�prias decis�es. No dia seguinte � sua posse, foi anunciado o corte de 4.000 cargos. Nas semanas seguintes, no entanto, foi aprovada a cria��o de 14 mil postos. Outro gesto de Temer que foi na contram�o do seu discurso foi apoiar no Congresso o projeto de aumento m�dio de 21 % para os tr�s Poderes.