
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, em pronunciamento durante um evento em Bras�lia que reuniu integrantes do Minist�rio P�blico nesta sexta-feira, 10, negou que o �rg�o tenha sido respons�vel por vazamentos da Opera��o Lava-Jato, rebateu cr�ticas e disse que n�o tem pretens�o de sair candidato ap�s deixar o cargo. Em um discurso forte e inesperado, ele deu recados claros a advers�rios e afirmou que ningu�m est� acima da lei.
Janot fez men��o direta � divulga��o recente dos pedidos de pris�o contra quatro dos principais nomes do PMDB e chamou de "levianas" as acusa��es de que o vazamento teria sa�do da pr�pria Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) como forma de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a mandar prender os pol�ticos. Ele apontou que a teoria foi disseminada por "figuras de express�o nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter o decoro".
"O vazamento n�o foi da PGR. Ali�s, envidarei todos os esfor�os que estiverem ao meu alcance para descobrir e punir quem cometeu esse crime. Como hip�tese investigativa inicial, vale a pergunta: A quem esse vazamento beneficiou? Ao Minist�rio P�blico n�o foi", disse. Sem citar nomes, o ministro do STF Gilmar Mendes, nesta semana, criticou os vazamentos, disse que o caso trata-se de uma "brincadeira" com a Suprema Corte e "abuso de autoridade", insinuando que as informa��es teriam sido divulgadas pela PGR.
Em resposta �s cr�ticas de que d� prioridade a inqu�ritos contra pol�ticos espec�ficos e se concentra em investigar membros de determinados partidos em detrimento de outros, Janot disse que n�o faz distin��o entre os investigados. "Jamais permiti que prefer�ncias pessoais ou partid�rias se homiziassem nas atividades profissionais."
"Nunca terei transgressores preferidos, como bem demonstra o leque sortido de autoridades investigadas e processadas por minha iniciativa perante a Suprema Corte. Da esquerda � direita; do an�nimo �s mais poderosas autoridades, ningu�m, ningu�m mesmo, estar� acima da lei, no que depender do Minist�rio P�blico", completou.
Justiceiro
O procurador-geral da Rep�blica disse cumprir com o dever estrito da fun��o que exerce e que n�o hesitar� em investigar, processar e buscar a puni��o de corruptos, sem, no entanto, se desviar da lei. "Ser Minist�rio P�blico n�o � ser justiceiro. Recha�o enfaticamente a possibilidade de agir motivado por objetivo que n�o seja o cumprimento isento da miss�o constitucional que me cabe desempenhar como membro do Minist�rio P�blico."
Janot tamb�m fez um balan�o sobre o trabalho no MP, destacou as dificuldades para chegar at� o cargo e afirmou que nunca buscou ser unanimidade na vida p�blica. "Nunca esperei que, nesse �rduo trabalho, fosse poss�vel ao Minist�rio P�blico passar inc�lume a cr�ticas, nem que me fosse dado pairar sobranceiro aos interesses de fortes estruturas que parasitam o Estado e se beneficiam h� d�cadas da usurpa��o do patrim�nio de todos."
Janot tamb�m rebateu as especula��es de que as medidas que estava tomando � frente da Procuradoria-Geral da Rep�blica teriam como objetivo cacif�-lo para concorrer � Presid�ncia em 2018. Ele afirmou que vai se aposentar assim que terminar deixar o cargo, em 1 ano e quatro meses. "Reafirmo, aqui, que n�o serei candidato a qualquer cargo eletivo seja no Executivo, seja no Legislativo", disse.