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Estado de Minas

'N�o h� cultura do estupro em nosso pa�s', diz Feliciano

Para participantes da sess�o da Comiss�o dos Direitos Humanos, a 'cultura do estupro' decorre do patriarcalismo e do conservadorismo. O deputado discordou e disse que cultura tem a ver com cren�a, arte, moral, lei e costumes e que 'no nosso pa�s, n�o existe uma religi�o ou lei que apoie o estupro'


postado em 10/06/2016 19:49 / atualizado em 10/06/2016 20:39

"Existe o estupro? Existe. Existe, em nosso pa�s, um bando de gente delinquente", afirmou o parlamentar durante sess�o da Comiss�o dos Direitos Humanos, na C�mara (foto: Reprodu��o/Facebook)

S�o Paulo, 10 - Em reuni�o da Comiss�o dos Direitos Humanos, na C�mara, nesta quinta-feira, 9, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que ‘n�o h� uma cultura do estupro em nosso pa�s’. A sess�o debateu a quest�o dos estupros no Brasil. “N�o existe, no nosso pa�s, a cultura de estupro. Existem estupradores”, afirmou o parlamentar.

Em maio, uma jovem de 16 anos foi v�tima de um estupro coletivo, no Rio. O caso chocou o mundo, que cobra provid�ncias da Pol�cia do Estado. Nesta semana, outras duas menores foram v�timas de estupros coletivos, uma no Piau� e outra em Minas.

A fala do deputado foi interrompida por gritos de ‘fascistas’. Marco Feliciano foi ainda vaiado.

“Cultura tem a ver com cren�a, arte, moral, lei e costumes. No nosso pa�s, n�o existe uma religi�o que apoie o estupro. Ent�o, portanto, n�o � cren�a. No nosso pa�s n�o existe beleza no estupro, ent�o, tamb�m n�o � arte. No nosso pa�s, tamb�m n�o existe moral no estupro e n�o h� lei que apoie o estupro. Tampouco o costume do estupro”, disse.

“Existe o estupro? Existe. Existe, em nosso pa�s, um bando de gente delinquente. Sociopatas, psicopatas, pessoas maltratadas pelo seio da sua fam�lia, pessoas que tiveram algum tipo de trauma. Existe no nosso pa�s, este tipo de condi��o. Que as mulheres do nosso pa�s precisam de mais respeito? Isso � natural. Existe j� um grande n�mero de deputados nesta casa que as defendem. Eu moro em uma casa com 6 mulheres, minha m�e, minha esposa, minha sogra e tr�s filhas. Sempre ensinei �s minhas mulheres para que deem o respeito para que sejam respeitadas.”

Neste momento, Feliciano foi vaiado novamente. Os manifestantes afirmaram: ‘minhas mulheres, n�o s�o sua propriedade’.

O deputado declarou em seguida. “N�o h� cultura do estupro em nosso pa�s, n�o h� uma cultura do estupro. Eu me nego a viver em um pa�s onde h� uma cultura relacionada ao que quer que seja com viol�ncia e morte. N�o consigo conceber essa ideia.”

Durante a sess�o, a representante do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, Olaya Hanashiro, afirmou que estudos recentes apontam que a cada dois minutos uma mulher � violentada no pa�s. At� o ano passado, estimava-se uma v�tima a cada 11 minutos.

Cultura do estupro

De acordo com os participantes da sess�o da Comiss�o, a “cultura do estupro” decorre do patriarcalismo e do conservadorismo. A pesquisadora do N�cleo de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres da Universidade de Bras�lia (UnB), Lourdes Bandeira, ressalta que at� hoje acredita-se que s� as virgens podem ser v�timas de estupro, como na Idade M�dia.

A professora da Universidade Federal de S�o Paulo e ex-ministra da Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, sustentou que os estupradores n�o s�o doentes, mas “machistas, patriarcais e de mau car�ter”.

Autora do requerimento para a realiza��o do debate, a deputada �rika Kokay (PT-DF), defende ser importante entender que a culpa do estupro n�o � apenas do estuprador. Para ela, respons�vel por essa cultura � ‘a sociedade machista que considera as mulheres, porque quase 80% das v�timas de estupro s�o do g�nero feminino, objetos, nega a elas sua humanidade’.


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