Bras�lia, 13 - Ap�s encontro com o presidente em exerc�cio, Michel Temer, no Pal�cio do Planalto, o diretor-geral da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), Roberto Azevedo, reconheceu que o Brasil vive momento de turbul�ncia e negou diverg�ncias com o ministro de Rela��es Exteriores, Jos� Serra. "Eu fico perplexo com as not�cias no sentido de colocar como se o ministro Serra e eu estiv�ssemos em oposi��o. N�o sei de onde vem isso, conversei com ele, nem eu e nem ele entendemos isso", disse. "Eu e ele falamos exatamente a mesma coisa: que o Brasil tem que procurar avan�ar nos acordos comerciais", afirmou. Azevedo afirmou que os dois "est�o perfeitamente afinados" e que, inclusive, marcaram um encontro para esta ter�a, 14.
No �ltimo dia 2, em Paris, Serra questionou a legitimidade da OMC e disse que a institui��o enfrenta imobilismo, falhou em derrubar os subs�dios e barreiras sanit�rias e fitossanit�rias e ao apostar na Rodada Doha - o que leva o Brasil a condicionar seu engajamento a avan�os objetivos.
Para Azevedo, a opini�o de Serra n�o significa dizer que o Brasil vai abandonar a OMC. "O que ele disse � que em determinadas �reas, na �rea de abertura de mercados, a OMC n�o avan�ou muito, sobretudo, no contexto da Rodada de Doha. E � mais f�cil avan�ar na abertura de mercado na �rea bilateral, por exemplo, do que multilateral e n�s nunca discordamos", afirmou. "Nunca houve nenhuma discrep�ncia na maneira de ver as coisas, nem minha, nem dele."
Economia
Segundo Azevedo, a visita a Temer foi de "cortesia" para coloc�-lo a par das negocia��es e o que est�o acontecendo em Genebra e tamb�m para colocar a institui��o � disposi��o "no que for poss�vel" para ajudar o Pa�s a recuperar o caminho do crescimento econ�mico "e facilitar a inser��o do Pa�s nos fluxos de comercio internacionais". "Foi uma conversa muito descontra�da, agrad�vel, no sentido de aprofundar o di�logo entre governo brasileiro e a institui��o, OMC, que continua sempre interessada em avan�ar no dialogo e inser��o do pais no comercio internacional", disse.
Azevedo n�o quis fazer uma avalia��o de como o momento pol�tico - com o processo de impeachment - interfere na vis�o da OMC em rela��o ao Brasil, mas reconheceu que h� "turbul�ncias em todas as frentes". "A OMC como institui��o n�o se pronuncia sobre nada que acontece em nenhum pa�s membro", disse. "O que posso dizer como diretor geral � que n�o � um momento f�cil para o Pa�s, � um momento de turbul�ncia em todas as frentes, em todas as �reas, na �rea economia em particular", disse.
Para o diretor da OMC, n�o se pode ignorar a profundidade da recess�o brasileira. "A recess�o n�o � pequena, n�o � uma coisa que se possa ignorar a profundidade. Mas acho que ningu�m no Brasil, muito menos no governo brasileiro, ignora essa realidade", disse. "Est�o todos trabalhando para reverter isso no mais curto prazo poss�vel", completou, ressaltando que a OMC ajudar� de todas as formas poss�veis para ajudar o pa�s a retomar o crescimento. "� um processo que n�o � imediato, n�o vai acontecer da noite para o dia tem que ser na base do trabalho", disse.
O diretor-geral da OMC disse que n�o v� "titubeios" na equipe brasileira nas negocia��es com o mercado externo durante o processo de impeachment que o Pa�s vive. "Da parte da comunidade internacional, o Brasil � um parceiro importante, uma das maiores economias do mundo e � tratado como tal".