Bras�lia, 17 - O ministro Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a dela��o premiada de F�bio Cleto, ex-vice-presidente de Loterias da Caixa Econ�mica Federal. Nos depoimentos, prestados � Procuradoria-Geral da Rep�blica, Cleto implica o presidente suspenso da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em esquema de corrup��o, al�m de citar o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pediu demiss�o do cargo na quinta-feira, 16.
Os depoimentos de Cleto ser�o usados para embasar apura��es em curso e novos inqu�ritos na Opera��o Lava Jato. As investiga��es sobre autoridades com prerrogativa de foro correm perante o STF. Os demais casos, em sua maioria, s�o de responsabilidade da 13� Vara da Justi�a Federal em Curitiba.
Conforme fontes com acesso ao caso, Cleto delatou um esquema de pagamento de propina a pol�ticos, em troca da libera��o de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�os (FGTS). Os benefici�rios seriam aliados do presidente afastado da C�mara, entre eles Henrique Eduardo. O operador financeiro L�cio Bolonha Funaro tamb�m � citado.
Na colabora��o, mantida em sigilo, o apadrinhado de Cunha apontou o envolvimento de grandes empresas no esquema. Entre elas, h� empreiteiras e companhias de outros setores, como o aliment�cio. Os pagamentos eram feitos em contas mantidas pelo grupo no exterior.
Cleto d� mais detalhes sobre suposto acerto para pagar a Cunha suborno de R$ 52 milh�es, em troca da libera��o de recursos do FGTS para as obras do Porto Maravilha, que integram o pacote das Olimp�adas do Rio. O caso, j� objeto de um inqu�rito no Supremo, foi revelado na dela��o dos donos da Carioca Engenharia, construtora que formou cons�rcio para tocar o empreendimento com a OAS e a Odebrecht.
Na dela��o, o ex-vice-presidente da Caixa diz que um dos operadores dos recursos il�citos pagos a Cunha era L�cio Funaro. Conforme fonte com acesso ao caso, Cleto tinha neg�cios com Funaro e chegou ter sala numa das empresas dele quando montou um fundo de investimentos.
Cunha e Funaro j� s�o investigados perante o Supremo por, supostamente, usarem requerimentos de informa��o na C�mara para pressionar executivos do Grupo Schahin a resolverem um lit�gio financeiro de interesse do operador do mercado financeiro.
Funaro ficou conhecido durante o esc�ndalo do mensal�o do PT, quando delatou o pagamento de mesada para pol�ticos da base aliada ao governo Lula. O dinheiro era movimentado por uma empresa dele, a Guaranhuns Empreendimentos.
O advogado de Cleto, Adriano Salles Vanni, afirmou nesta sexta-feira, 17, que estava em viagem e n�o poderia falar a respeito.
Cunha informou que desconhece o conte�do da dela��o e, por isso, n�o poderia comentar detalhes. Ele afirmou que o "delator" foi indicado para o cargo na Caixa pela bancada do PMDB do Rio, com seu apoio, "sem que isso signifique concordar com qualquer pr�tica irregular". "Desminto, como, ali�s, j� desmenti, qualquer recebimento de vantagem indevida. Se ele cometeu irregularidades, que responsa por elas. Desafio qualquer um a provar a veracidade dessas dela��es", acrescentou.
Henrique Eduardo Alves, procurado por meio de sua assessoria, ainda n�o se pronunciou, mas informou que divulgar� nota.
Funaro informou que n�o se manifestaria, pois n�o teve acesso aos autos.