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Estado de Minas

Delator de Pimentel, Ben� vai para a pris�o domiciliar


postado em 17/06/2016 21:55

S�o Paulo, 17 - O empres�rio e delator da opera��o Acr�nimo, Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Ben�, apontado pela Pol�cia Federal como operador do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em esquema de corrup��o e fraude eleitoral, foi solto nesta sexta-feira, 17, e est� em pris�o domiciliar.

Ele estava detido desde o dia 15 de abril, quando foi preso pela Pol�cia Federal na Acr�nimo, que investiga recebimento de vantagens indevidas pelo governador mineiro quando era Ministro da Ind�stria e Com�rcio Exterior. Ap�s a pris�o, ele decidiu colaborar com a Justi�a e contou que o Grupo CAOA pagou propina de R$ 20 milh�es ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT).

Os pagamentos, segundo Ben�, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior para candidatar-se ao governo. Dos R$ 20 milh�es, afirmou o delator, R$ 7 milh�es foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha.

Ben� fez dela��o junto ao Minist�rio P�blico Federal. S�o vinte anexos, cada um correspondendo a uma suposta irregularidade envolvendo n�o apenas Pimentel, mas tamb�m outros pol�ticos. Um anexo � denominado �Evento CAOA�.

Para os investigadores, o relato de Ben� mostra que Pimentel teria transformado o Minist�rio numa �ag�ncia de neg�cios�. Alterava portarias para atender pleitos de segmentos empresariais desde que fizessem doa��es para sua campanha. Cobrava tamb�m para ele pr�prio, disse o delator.

Ben� e o petista j� foram denunciados criminalmente, no in�cio de maio, pela Procuradoria da Rep�blica. A Pimentel, a Procuradoria atribui corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.

Na mesma acusa��o foram inclu�dos outros seis investigados, entre eles o ex-ministro Mauro Borges - sucessor de Pimentel - e o empres�rio Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da CAOA.

Nessa den�ncia, a Procuradoria indica que Pimentel foi benefici�rio de uma propina de R$ 2 milh�es para favorecer a CAOA enquanto ministro - o petista ocupou o cargo de 2011 a 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. O caso, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, em outubro de 2015, foi investigado na Opera��o Acr�nimo, autorizada pelo STJ.

Por meio de seu advogado, Eug�nio Pacelli, o governador de Minas Fernando Pimentel recha�ou as acusa��es.

�A defesa de Fernando Pimentel esclarece que o governador n�o recebeu qualquer tipo de vantagem em qualquer tempo de quem quer que seja. Se existente, � falsa e absurda a acusa��o de pagamento no exterior.

Basta um elemento para desacreditar a suposta acusa��o: � atribui��o da Receita Federal do Brasil, vinculada ao Minist�rio da Fazenda, a redu��o ou n�o de al�quotas de impostos cobrados em �mbito federal. Pimentel, como se sabe, n�o era ministro da Fazenda.

Quanto � modifica��o de modelos automobil�sticos a serem importados, a decis�o foi precedida de relat�rios e pareceres t�cnicos e contou com parecer jur�dico da Advocacia-Geral da Uni�o. Al�m disso, a defini��o do modelo de neg�cios, como se sabe, � decis�o que cabe �s empresas, n�o ao Poder P�blico.

A defesa pedir� abertura de inqu�rito para apurar os reiterados vazamentos de supostas informa��es cujo objetivo �bvio � antecipar a condena��o p�blica dos investigados. Informa��es fabricadas sem direito de defesa e contradit�rio, e, por fim, manipuladas para os interesses exclusivos de seus produtores. Atenciosamente. Advogado Eug�nio Pacelli.�

O criminalista Jos� Roberto Batochio, que defende a CAOA, reagiu enfaticamente �s declara��es de Benedito Rodrigues, o Ben�, na dela��o premiada que fez junto ao Minist�rio P�blico Federal. �Isso � um del�rio, absolutamente n�o corresponde � verdade. Ali�s, a pr�pria conduta do cidad�o delator j� demonstra que isto n�o � veross�mel. Primeiro, ele fala que recebeu R$ 2,2 milh�es para fazer uma consultoria que ele diz que n�o existiu, que n�o era real, que foi fabricada de acordo com as notas fiscais que emitiu. Depois, passou a falar que eram dez milh�es de reais e n�o mais os R$ 2,2 milh�es. Agora vem falar em 20 milh�es de reais.�

Batochio ironiza o delator. �Precisamos perguntar para ele qual das tr�s cifras vai escolher. A partir do momento em que definir qual o valor ent�o poderemos fazer um abordagem mais direta para que explique sua vers�o.�

Sobre os R$ 7 milh�es que a CAOA teria pago a Pimentel no exterior, o criminalista faz um desafio.

�J� que o senhor delator sabe que foi pago no exterior, ent�o tem que dizer de que conta saiu esse dinheiro e em qual conta entrou. Falar ao vento, sem nenhum compromisso, � muito f�cil. Pagamento no exterior ningu�m p�e no Sedex. Tem que sair de um banco e seguir para outro, o que ele (Benedito Rodrigues, o Ben�) n�o vai conseguir provar, porque isso nunca existiu.�

Batochio apontou para a colabora��o premiada, largamente usada na Opera��o Lava Jato. �Voltamos a falar do perigo de a dela��o premiada se transformar na gazua, a chave geral que abre qualquer porta para a rua.�

�O Grupo CAOA nega com toda a �nfase essa mirabolante e inacredit�vel hist�ria com tr�s vers�es, uma sobre propina de R$ 2,2 milh�es, outra de R$ 10 milh�es e R$ 20 milh�es. Isso n�o pode ser levado a s�rio.�


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