Um caderno apreendido pela Pol�cia Federal na Opera��o Lava Jato, na casa de um ex-assessor do senador Fernando Collor (PTC-AL), aponta uma poss�vel compra de votos nas elei��es de 2012 em Alagoas. As anota��es manuscritas indicam lista de material de constru��o, quantidade de votos, nome, n�mero de t�tulo e se��o eleitoral.
Em abril deste ano, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, determinou que as suspeitas de compra de votos fossem encaminhadas para a Justi�a Eleitoral alagoana para serem investigadas. Fernando Collor foi eleito, em 2006, senador. Em 2012, a elei��o era para prefeito e vereador.
O bloco foi capturado na Opera��o Politeia, em julho de 2015, com um ex-assessor de Collor. "Restou apreendido", afirmou a PF na ocasi�o, "caderno com anota��es possivelmente referentes a compra de votos".
O ex-assessor morreu em maio de 2016.
Em relat�rio datado de agosto de 2015, subscrito pela agente da PF Mikhaela Paim Azevedo, a PF apontou para o 'caderno de anota��es com capa preta e t�tulo "ATAS" com v�rias anota��es dentro'.
"O caderno traz diversas anota��es manuscritas, datadas no ano de 2012, possivelmente referentes a negocia��o de votos. Como exemplo, podemos citar as anota��es feitas na p�gina 21 do caderno, onde consta rela��o de material de constru��o, quantidade de votos, nome, n�mero de t�tulo eleitoral e se��o", sustentou a agente.
No documento, a PF anexou algumas p�ginas do caderno. No primeiro trecho separado pela Federal, h� as seguintes anota��es: 'Margarida 2 votos', 'Maria Eduardo 2 votos sobrinha'.
O caderno cita ainda 'Cesar ex-goleiro CRB'. O Clube de Regatas Brasil, ou CRB, � um time de Macei�, considerado o maior do Estado. Embaixo do nome 'Cezar', est� anotado: '10 sacos de cimento', '4 votos', '0049 Cezar', '0049 esposa', 'Rosineide dos Santos sogra'.
A PF identificou 'Cesar ex-goleiro CRB' por meio de uma mat�ria de jornal. Segundo a publica��o, ele seria Carlos C�sar de Oliveira, 'goleiro do Corinthians nos anos de 1981 e 82.
Em outra p�gina do caderno, h� ainda as anota��es: 'Imperial p/ pegar 8hs. Sr� Cicero. 3 pessoas. 0084 Faculdade. Benedita 0084 Faculdade. Fernando Filho. Wedja H�lio. Sr� Severino e a fam�lia, Luciana F da Silva Vi�va. Se��o 84. Pai". Os escritos indicam ainda 'sr� Luiz carroceiro esposa'.
A terceira p�gina do bloco indica 7 nomes. Cada um seguido de zona, se��o e t�tulo.
A �ltima p�gina traz o t�tulo 'casa Vizinho do Ferro Velho do Iraque', tr�s nomes acompanhados das se��es e dos respectivos n�meros, al�m de 'senhora vizinha ok'.
Como foi para a Justi�a Eleitoral no Estado, a investiga��o n�o implica Collor em nenhum crime eleitoral, pois o senador s� pode ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na Opera��o Lava Jato, Collor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica ao Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto de 2015, por corrup��o e lavagem de dinheiro. O senador � acusado de receber R$ 26 milh�es em propinas no esquema de corrup��o na Petrobras. O ex-assessor, com quem foi apreendido o caderno, foi citado na den�ncia como um funcion�rio que n�o desempenhava 'atividades relacionadas �s suas esferas de atribui��es funcionais' no gabinete de Collor, no Senado.
A reportagem entrou com contato com o gabinete do senador Fernando Collor, mas n�o obteve retorno.
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Caderno de ex-assessor de Collor indica compra de votos
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