'Organiza��o criminosa' era encabe�ada por Paulo Bernardo no Planejamento, diz PF

S�o Paulo, 23 - A for�a-tarefa da Opera��o Custo Brasil, deflagrada na manh� desta quinta-feira, 23, pela Pol�cia Federal, acredita que provas indicam que houve forma��o de organiza��o criminosa no Minist�rio do Planejamento entre 2009 e 2015. "O Minist�rio do Planejamento, no cora��o do governo, incorreu de pr�ticas de corrup��o. A organiza��o criminosa era encabe�ada pelo ent�o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo", afirmou o delegado regional da Pol�cia Federal em S�o Paulo, Rodrigo de Campos Costa, em coletiva de imprensa pela manh� na capital paulista. "Depois que Bernardo saiu do minist�rio, em 2011, ele continuou no esquema, mas passou a ganhar metade da propina que recebia anteriormente."

O alvo da opera��o no per�odo da manh� � um esquema que teria desviado mais de R$ 100 milh�es entre 2009 e 2015, por meio do contrato com a empresa de tecnologia Consist Software. A empresa gerenciava o sistema de concess�o de empr�stimos consignado a servidores p�blicos. O custo desse trabalho seria de R$ 0,30, mas a empresa cobrava cerca de R$ 1,00. "O esquema lesou milhares de funcion�rios p�blicos que utilizaram esse tipo de cr�dito", destacou o superintendente regional da Receita Federal, Fabio Ejchel. A Receita e a procuradoria da Rep�blica participam da opera��o conjunta.

Este recurso extra, de cerca de R$ 0,70 por opera��o, era destinado a empresas de fachada, que distribu�am a propina para pol�ticos, entre os quais Bernardo. O esquema teria movimentado R$ 100 milh�es.

A PF n�o descreveu com exatid�o quanto cada um dos agentes recebia pelo esquema. No in�cio do esquema, em 2010, cerca de 10% era destinado a um escrit�rio de advocacia ligado ao ex-ministro. J� o ex-vereador petista Alexandre Romano, que foi preso ano passado no �mbito da Lava Jato, recebia cerca de 20%, destinando parte destes recursos ao PT.

De acordo com Costa, da PF, n�o h� ind�cios que a ex-ministra Miriam Belchior, que sucedeu Bernardo na pasta, esteja envolvida no esquema. Ainda assim, h� funcion�rios do segundo e terceiro escal�o do Minist�rio no esquema.