"O Ex�rcito tem de dar lucro", diz general Theophilo Gaspar de Oliveira

Com os cortes nos recursos, os militares tentam se equilibrar para manter os principais programas em funcionamento. “O desafio � fazer uma log�stica com poucos recursos, e no pa�s inteiro. Imagino o Ex�rcito como uma empresa que tem de dar lucro”, diz o general Theophilo Gaspar de Oliveira, 61 anos, respons�vel pelo Comando Log�stico da For�a, em Bras�lia. Experiente, com mais de 40 anos de carreira militar, Theophilo afirma que a maior dificuldade do Ex�rcito hoje � o transporte para as regi�es mais afastadas do pa�s. “A For�a A�rea muitas vezes nos complementa com o Programa de Apoio Amaz�nico. Muitas vezes ela tamb�m est� contingenciada, mas eu s� posso chegar em alguns lugares de avi�o. Ent�o n�s alugamos aeronaves civis.”

O general, entretanto, � um otimista por natureza. “Sou verde e amarelo. O Ex�rcito est� em todos os cantos do pa�s. A presen�a do Ex�rcito �, muitas vezes, a presen�a do Estado brasileiro.” Na �ltima semana, a forma como o Ex�rcito lida com os animais foi muito criticada por causa de uma on�a, sob os cuidados dos militares, ter sido abatida em Manaus ap�s uma solenidade da Tocha Ol�mpica na capital. O general Theophilo defende os militares no caso. “N�o se sabe qual rea��o que uma on�a estressada pode ter.”

Como trabalhar com poucos recursos?
� um desafio fazer uma log�stica com poucos recursos, e no pa�s inteiro. Muita gente pode pensar nas For�as Armadas como uma institui��o que tem que dar lucro, eu sou comandante log�stico e imagino o Ex�rcito como uma empresa que tem que dar lucro.

Lucro em que sentido?
Quem paga o Ex�rcito � a sociedade. Ent�o, temos que ter um controle dos gastos da melhor maneira poss�vel para que a sociedade veja que n�s estamos empregando esse lucro rigidamente de acordo com as necessidades que o Ex�rcito tem. Dentro dessas necessidades, temos as miss�es subsidi�rias, ent�o temos que ter lucro na opera��o Pipa, que cuida da distribui��o de �gua no nordeste, nas enchentes, nas calamidades p�blicas, no atendimento ao �ndio, que sofre por falta de m�dico. Esse recurso tem que dar para al�m das necessidades de uma poss�vel guerra, como tamb�m manter o pa�s todo atendido por uma institui��o que tem um grau de capilaridade muito grande. O Ex�rcito est� em todos os cantos do pa�s. A presen�a do Ex�rcito �, muitas vezes, a presen�a do Estado brasileiro. Esse recurso tem que ser disponibilizado para todas as organiza��es militares no pa�s inteiro.

Agora, os recursos est�o cada vez menores.
Por isso que eu digo: este � o desafio, � fazer o pouco que eu tenho dar lucro. Temos que ter um sistema para racionalizar o emprego do combust�vel, do uso da energia, o pagamento das subsidi�rias. � como muitos reclamam: o custo da energia sobe a cada dia, e esse or�amento tem que dar. Ent�o, muitas vezes, temos que desligar um ar-condicionado, dar meios expedientes, temos que saber jogar para dar lucro � sociedade no fim do ano.

Quais s�o as restri��es?
Eu diria que a principal � o transporte, porque o transporte � muito caro. A For�a A�rea muitas vezes nos complementa com o Programa de Apoio Amaz�nico, mas muitas vezes ela tamb�m est� contingenciada, e eu s� posso chegar em alguns lugares de avi�o. Ent�o alugamos aeronaves civis, e os recursos j� est�o muito contingenciados para isso. Eu acredito que o transporte � o maior aperto em termos de log�stica do Ex�rcito. Recebemos recursos para tamb�m suplementar a disponibilidade das aeronaves brasileiras. Muitas vezes n�s contratamos aeronaves civis, que n�o est�o preparadas como as da For�a A�rea, mas tem que ser feita com ela, n�o tem jeito.