Bras�lia, 30 - O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para o juiz S�rgio Moro, da 13� Vara Federal de Curitiba, uma investiga��o contra o ex-senador Delc�dio Amaral (sem partido-MS) na Lava Jato. O procedimento apura se ele recebeu propina desviada da compra da refinaria de Passdena, nos Estados Unidos.
O ministro tamb�m retirou o sigilo do processo, que tramitava oculto no Supremo e tinha como base a dela��o do doleiro Fernando Soares, o Baiano. Segundo o delator, o ex-diretor da �rea internacional da Petrobras, Nestor Cerver�, o orientou a repassar a Delc�dio os valores desviados na compra da refinaria.
Os valores teriam sido usados para pagar despesas de campanha ao governo de Mato Grosso do Sul. Segundo Baiano, Cerver� vinha sendo pressionado por Delc�dio para receber os valores porque estava tendo despesas muito elevadas com a campanha. E que o dinheiro que cabia ao ex-diretor deveria ser pago pelo doleiro ao ex-senador.
Em dela��o, Delc�dio assumiu que recebeu US$ 1 milh�o de propina oriunda da compra da refinaria nos Estados Unidos. J� Baiano afirma que o valor repassado pode ter chegado a US$ 1,5 milh�o, e teria sido pago a um homem conhecido como Godinho, que se apresentou como um amigo de inf�ncia do ex-senador.
Primeira inst�ncia
A decis�o de Teori de enviar a investiga��o para Moro j� era esperada. Delc�dio foi cassado do mandato de senador em maio e, por isso, perdeu a prerrogativa de ser investigado pelo STF. "Como visto, a situa��o f�tica descrita, em que se destaca a compra de refinaria no estrangeiro, guarda aparente pertin�ncia com inqu�ritos e a��es penais relacionadas a supostos crimes envolvendo a Petrobr�s", escreveu Teori.
Delc�dio j� foi denunciado ao lado do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e de outros cinco investigados: o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, o filho dele, Maur�cio, o banqueiro Andr� Esteves, o advogado Edson Ribeiro e o assessor parlamentar Diogo Ferreira. Como nenhum deles tem foro no STF, o processo foi enviado � Justi�a de Bras�lia por n�o ter rela��o com a Lava Jato.