L�deres na C�mara dizem que cerco est� se fechando contra Cunha

Bras�lia, 01 - L�deres partid�rios na C�mara dos Deputados avaliam que o avan�o da Opera��o Lava Jato est� "fechando o cerco" contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na pr�xima semana, a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) come�ar� a analisar um recurso do peemedebista contra o pedido de cassa��o aprovado no Conselho de �tica, mas o sentimento na Casa � que a cada dia que passa as chances de Cunha diminuem.

A pris�o nesta manh� do empres�rio Lucio Bolonha Funaro, amigo de Cunha, foi mais um golpe para o peemedebista e ocorre num momento crucial para a defesa de seu mandato, justamente quando ele tenta angariar votos na CCJ para barrar o avan�o do processo disciplinar. "N�o tem nada positivo para o Eduardo, s� vai deteriorando", resumiu um aliado do presidente afastado da C�mara.

Funaro � suspeito de achacar grandes empresas e � apontado como operador de propina de Cunha. A pris�o � fruto da dela��o do ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, que acusa Cunha de decidir quais empresas deveriam receber aportes do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). Cleto contou aos investigadores que o deputado recebeu propinas em 12 opera��es de grupos empresariais que obtiveram aportes milion�rios do FI-FGTS. "N�o tem sa�da para Cunha, nem na C�mara, nem na Justi�a", comentou um l�der aliado do Pal�cio do Planalto.

O recurso na CCJ � a �ltima cartada de Cunha para evitar que o processo disciplinar chegue nos pr�ximos dias ao plen�rio. O peemedebista conseguiu emplacar na relatoria do recurso um aliado, o l�der do PROS Ronaldo Fonseca (DF), que j� adiou a entrega do parecer, o que deixa praticamente para depois do recesso a vota��o no plen�rio. No recurso, o deputado aponta 16 supostas irregularidades na condu��o do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de �tica, o que teria gerado, segundo sua defesa, nulidades processuais. Se a CCJ acolher os pedidos, o processo pode voltar � estaca zero no conselho.

Nesta semana, l�deres partid�rios apontaram a exist�ncia de negocia��es para preservar o mandato do peemedebista. A antiga oposi��o ao governo Dilma Rousseff, formada por DEM, PPS, PSDB e PSB, diz que n�o far� acordo para salvar Cunha. "N�o h� acordo que me fa�a votar a favor do denunciado Eduardo Cunha. Votei a favor da cassa��o dele no Conselho de �tica e permane�o convicto de que ele tem que perder o mandato pela falta grav�ssima que cometeu perante seus pares", afirmou por meio de nota o vice-l�der do PSDB, Betinho Gomes (PE). "E na CCJ, da minha parte, o jogo ser� bruto contra quem h� quase uma dezena de pedidos de investiga��o no Supremo Tribunal Federal", complementa o documento.