S�o Paulo, 04 - O empres�rio Walter Torre J�nior, presidente da empreiteira WTorre, � alvo da Opera��o Abismo, 31� fase da Lava Jato. Nesta segunda-feira, 4, o juiz federal S�rgio Moro determinou a condu��o coercitiva de Walter Torre e buscas � sede da empresa.
Segundo a for�a-tarefa da Pol�cia Federal e da Procuradoria da Rep�blica, a WTorre teria recebido uma propina de R$ 18 milh�es para abandonar a licita��o do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).
Segundo os investigadores, a WTorre Engenharia e Constru��o S/A (WTorres), que n�o havia participado de ajustes, resolveu ingressar no certame e apresentou proposta de pre�o, de R$ 858.366.444,14, cerca de R$ 40 milh�es inferior ao da proposta apresentada pelo Cons�rcio Novo Cenpes (de R$ 897.980.421,13).
L�o Pinheiro, da OAS, acertou com Walter Torre R$ 18 milh�es para ele desistir de obra no Cenpes. "As empresas que formavam o Cons�rcio Novo Cenpes ofereceram ent�o vantagem indevida de R$ 18 milh�es para que a WTorre n�o aceitasse reduzir seu pre�o junto � Petrobr�s, enquanto, concomitantemente, o Cons�rcio renegociaria e reduziria o pre�o para abaixo da proposta da WTorre", assinalam os investigadores.
De acordo com a Opera��o Abismo, o portador da proposta da propina ao dirigente da WTorre, Walter Torre, e ao executivo da mesma empresa, Francisco Geraldo Ca�ador, teria sido Jos� Adelm�rio Pinheiro Filho, o L�o Pinheiro, dirigente da OAS.
"Aceita a propina, a WTorre retirou-se do certame e o Cons�rcio Novo Cenpes acabou, de fato, negociando com a Petrobras e reduziu sua proposta de pre�o, para R$ 849.981.400,13, e ficou com o contrato, assinado em 21 de janeiro 2008 (contrato 0800.0038335.07.2)", destacam os investigadores.
Assinaram o contrato Jos� Carlos Vilar Migo, pela Petrobras, como gerente de implementa��o para o Cenpes, Agenor Franklin Magalh�es Medeiros, pela Construtora OAS e pelo pr�prio Cons�rcio Novo Cenpes, Roberto Jos� Teixeira Gon�alves, pela Carioca Engenharia, Gen�sio Schiavinato J�nior, pela Construbase Engenharia, �lvaro Jos� Monnerat C�rtes, pela Schahin Engenharia, e Celso Verri Villa Boas, pela Construcap CCPS Engenharia.
Os fatos foram relatados pelos executivos da Carioca Engenharia, na colabora��o premiada e no acordo de leni�ncia da empresa.
Na decis�o que determinou a condu��o coercitiva de Walter Torre, o juiz federal S�rgio Moro assinalou. "Alguma prova de corrobora��o da fraude na licita��o e pagamento de propina a WTorre pode ser encontrada j� nas circunst�ncias da licita��o e da contrata��o. Em especial, chamam a aten��o especificamente atas de duas reuni�es havidas na Petrobras, em 14 de setembro de 2007 e em 19 de setembro de 2007, acerca da negocia��o do contrato para a obra do Cenpes."
Ap�s a licita��o, a Petrobras tem por praxe convocar a primeira colocada, no caso a WTorre, para negociar o valor da proposta, a fim de obter um pre�o ainda melhor.
"Nessa linha, foi marcada reuni�o com a WTorre para 19 de setembro de 2007. Entretanto, mesmo antes, em 14 de setembro de 2007, a OAS, como representante do Cons�rcio Novo Cenpes, procurou a Petrobras para ofertar renegocia��o do valor de sua proposta, o que foi inicialmente refutado por contrariar a praxe de negociar primeiro com a vencedora da licita��o."
Defesa
O Grupo WTorre esclarece que a empresa n�o teve participa��o na obra de expans�o do Centro de Pesquisas da Petrobras; que n�o recebeu ou pagou a agente p�blico ou privado nenhum valor referente a esta ou a qualquer outra obra p�blica. O Grupo WTorre forneceu a documenta��o referente ao or�amento desta licita��o que ainda se encontrava na empresa e segue � disposi��o das autoridades.