Caso Cunha ser� colocado em pauta se houver qu�rum elevado ap�s recesso, diz Maia

Bras�lia, 14 - O novo presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), est� preocupado com o qu�rum para a vota��o da cassa��o do presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no plen�rio. Como a vota��o acontecer�, provavelmente, durante a Olimp�ada, ele quer garantir que boa parte dos deputados esteja presente.

"O caso Cunha ser� votado assim que voltarmos do recesso e tivermos clareza que haver� qu�rum adequado para essa vota��o. Eu n�o quero ajudar e nem prejudicar. Eu quero votar de uma forma transparente e com qu�rum elevado", disse o deputado em entrevista coletiva.

Seu semestre � frente da C�mara ter� um calend�rio apertado. Como o pr�prio Maia relembrou, haver� Olimp�ada e conven��es partid�rias entre julho e agosto; logo em seguida, elei��es municipais em outubro.

"Em qualquer outra vota��o com qu�rum baixo, sabemos que poderemos estar interferindo a favor ou contra. Isso n�o � correto. Tem que ser uma semana em que o qu�rum da Casa esteja parecido com o qu�rum da noite de ontem", disse o deputado. A sess�o que definiu o novo presidente da C�mara, na madrugada dessa quinta-feira, 14, contou com 460 deputados.

Teto de gastos

Maia afirmou tamb�m que espera aprovar at� o final do ano a proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que institui um teto para gastos p�blicos. Na entrevista, Maia disse que pedir� ao presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da Casa, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que acelere a tramita��o da mat�ria.

"Esse � um tema que interessa a todos os partidos, interessa ao Brasil, ao governo e � oposi��o. N�s temos a obriga��o de tirar da CCJ, criar a comiss�o especial, a� ser�o no m�nimo 11 sess�es para que a mat�ria esteja pronta para vota��o em plen�rio", disse ele, ap�s se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente do PSDB, senador A�cio Neves (MG).

Maia disse ter agradecido, na conversa que teve mais cedo com o presidente em exerc�cio, Michel Temer, a imparcialidade do governo na disputa � sucess�o na C�mara. Ele avaliou que tem a possibilidade, juntamente com Renan, de construir uma agenda de vota��o comum para as duas Casas Legislativas.

O presidente da C�mara afirmou que deseja construir uma agenda de poucos itens, mas que possa ter produtividade. Ele pregou harmonia na C�mara com o Senado e destacou ter a inten��o de debater a realiza��o de semanas de esfor�o concentrado de vota��es durante a campanha municipal. Tamb�m n�o deseja paralisar as atividades legislativas durante a realiza��o dos Jogos Ol�mpicos. "N�o tem por que o Congresso parar durante as Olimp�adas", disse.

Renan e A�cio

Num pronunciamento recheado de elogios, o presidente do Senado fez afagos a Maia e destacou que a vit�ria dele representa que "a boa pol�tica n�o morreu", "est� viv�ssima". "A vit�ria de Rodrigo Maia recoloca a possibilidade de as duas Casas fazerem um esfor�o conjunto, com uma pauta m�nima, suprapartid�ria, de interesse nacional", afirmou.

Sem adiantar o assunto a ser tratado, Renan afirmou que na pr�xima ter�a-feira ele e Maia ter�o um encontro no Pal�cio do Jaburu com Temer.

Rodrigo Maia tamb�m sinalizou que pretende priorizar as discuss�es sobre reforma pol�tica. No encontro no gabinete de Renan, A�cio Neves apresentou ao presidente do Senado e do Congresso propostas de reforma pol�tica que institui uma cl�usula de barreira e o fim das coliga��es proporcionais.

O presidente do PSDB disse que a elei��o de Rodrigo Maia � boa para o governo e para a democracia. O tucano lembrou que j� foi presidente da C�mara e disse ver um momento de pacifica��o hoje. "Eu confesso a voc�s que estava descrente nos �ltimos meses", disse. "Eu vejo na elei��o de Rodrigo uma oxigena��o do processo pol�tico interno com reflexos em todo o Pa�s", completou ele, se mostrando solid�rio a novo presidente da C�mara.