S�o Paulo, 21 - Ao ser interrogado pelo juiz S�rgio Moro nesta quinta-feira, 21, o marqueteiro Jo�o Santana, que atuou nas campanhas de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014) admitiu ter recebido por fora US$ 4,5 milh�es de d�vidas da campanha de 2010 de Dilma e afirmou ao juiz da Lava Jato que � necess�rio "rasgar o v�u de hipocrisia" que envolve as doa��es eleitorais no Brasil.
"Voc� vive dentro de um ambiente de disputa, competi��o profissional. Se termina tendo que ceder, ou faz a campanha dessa forma ou n�o faz", afirmou o marqueteiro. Ele disse ainda que a situa��o n�o ocorre somente no Brasil, mas no mundo todo.
"Os profissionais de elei��es no mundo sempre sabem que existe caixa 2 que decorre de aposta no mercado futuro, de fazer amizades com governos. Eu n�o considero dessa forma 'dinheiro sujo', mas como dinheiro de negocia��o pol�tica", seguiu Santana ao ser questionado por Moro se n�o tinha conhecimento que se tratava de dinheiro de corrup��o.
O marqueteiro foi ouvido na a��o penal contra ele e outros sete acusados de receber propinas nos contratos da Petrobras com a empresa de Keppel Fels e tamb�m nos contratos da Sete Brasil com o estaleiro da Keppel que teriam somado US$ 216 milh�es em propinas. Dessa quantia, US$ 4,5 milh�es da cota que era destinada ao PT teriam sido repassadas ao casal de marqueteiros em 2013 na conta na Su��a da offshore Shellbill Finance, que n�o era declarada por eles �s autoridades brasileiras.
Esse valor, segundo admitiu o casal ao juiz da Lava Jato, era decorrente de d�vidas da campanha de 2010 de Dilma Rousseff, tamb�m feita pelos dois marqueteiros, e que teria deixado, segundo Santana, uma d�vida de R$ 10 milh�es. Ele explicou que foi o pr�prio tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, que teria indicado o operador de propinas Zwi Skornicki para fazer o pagamento. "Se (o PT) n�o pagasse n�s ter�amos um grave problema de liquidez e eu n�o assumiria fazer a campanha", afirma Santana.
Defesa
A assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff informou que n�o iria se posicionar sobre o caso neste momento.