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Estado de Minas

Cavendish diz que Delta propiciou 'economia milion�ria aos cofres p�blicos'

Fernando Cavendish e mais 22 investigados, entre eles o contraventor Carlinhos Cachoeira, s�o r�us em a��o penal por suposta lavagem de R$ 370 milh�es


postado em 26/07/2016 08:37 / atualizado em 26/07/2016 08:45

S�o Paulo - O empres�rio Fernando Cavendish afirmou em sua defesa na Opera��o Saqueador que a empreiteira Delta foi "respons�vel por uma economia milion�ria aos cofres p�blicos". Cavendish e mais 22 investigados, entre eles o contraventor Carlinhos Cachoeira, s�o r�us em a��o penal por suposta lavagem de R$ 370 milh�es.

O documento de defesa de Cavendish tem 60 p�ginas e � subscrito pelos advogados Ant�nio S�rgio de A. Moraes Pitombo, Julia Tomaz Sandroni, Daniel Ribeiro da Silva Aguiar e Felipe Padilha Jobim. Um cap�tulo da pe�a, de 22 de julho, � intitulado "A verdade por tr�s do sucesso da Delta: alta competitividade aliada a pre�os praticados abaixo do mercado." O trecho aponta para empreiteiras investigadas na Lava Jato.

"O crescimento da empresa a alavancou � sexta posi��o no ranking das maiores empresas de constru��o brasileiras. Durante essa �poca, entretanto, a Delta foi fortemente hostilizada pelas cinco maiores empreiteiras do pa�s - as quais mantiveram um verdadeiro cartel e trouxeram inestim�veis preju�zos � Administra��o P�blica, como descortinado pela Opera��o Lava-Jato -, sendo impedida de participar de projetos de grande porte", diz o texto.

"A restri��o imposta � not�ria ao se analisar que, durante todo o tempo em que a empresa esteve entre as maiores do Brasil, n�o participou das grandes obras do pa�s, nos segmentos de energia, hidrel�tricas, metrovi�rio, ferrovi�ria, aeroportu�rio, portos e estaleiros e, principalmente, relativas a contratos com a Petrobras. O cartel formado pelas gigantes Camargo Corr�a, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galv�o n�o permitiu", sustenta a defesa.

Os advogados de Cavendish s�o taxativos. "A raz�o dos entraves criados � companhia do requerente (Fernando Cavendish) residia na sua diferenciada forma de atua��o, baseada em pre�os extremamente competitivos e capacidade operacional diferenciada, desvinculando-se da cultura h� d�cadas defendida pelas construtoras tradicionais. A combativa atua��o, com a entrega de obras abaixo do pre�o de mercado, se traduzia em verdadeira amea�a �s gigantes empreiteiras, sendo respons�vel por uma economia milion�ria aos cofres p�blicos."

Na Saqueador, o Minist�rio P�blico Federal investigou a atividade da Delta e constatou que, entre 2007 e 2012, a empresa teve 96,3% do seu faturamento oriundo de verbas p�blicas, chegando ao montante de quase R$ 11 bilh�es. Desse total, segundo a Procuradoria, mais de R$ 370 milh�es foram lavados, por meio de pagamento il�cito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados "operadores" do esquema.

Carlinhos Cachoeira e os lobistas Adir Assad e Marcelo Abbud eram os respons�veis por criar as empresas fantasmas que lavavam os recursos p�blicos, por meio de contratos fict�cios, que eram sacados em esp�cie, para o pagamento de propina a agentes p�blicos, de forma a impedir o rastreamento das verbas.

Na den�ncia oferecida pelo Minist�rio P�blico Federal, Fernando Cavendish � apontado, pelo v�nculo societ�rio com a Delta, como "l�der de uma quadrilha instalada na empresa, para, supostamente, lavar capitais oriundos de delitos em face da administra��o p�blica".

Os advogados de Cavendish pedem sua "absolvi��o sum�ria" dos crimes de lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.

No documento, os advogados citaram ainda "a publicidade maldosa e excessiva das investiga��es voltadas a perquirir as suspeitas de contraven��o penal por parte do co-r�u Carlos Augusto de Almeida Ramos (o Carlinhos Cachoeira), em 2012".

"A partir de ent�o, as grandes empreiteiras conseguiram vincular � Delta a imagem de uma empresa inescrupulosa, cujo crescimento teria se dado t�o somente em face de pr�ticas il�citas", afirmou a defesa. "Atualmente, a empresa Delta existe t�o somente para gerir conting�ncias fiscais e judiciais anteriores � mencionada aliena��o. O requerente, antes executivo de uma das maiores construtoras do Brasil, �, hoje, um gestor das d�vidas e cr�ditos do que restou da antiga Delta. Como se v�, a publicidade opressiva foi

respons�vel por arruinar a sexta maior empresa de constru��o civil do Pa�s, conforme almejaram suas concorrentes, hoje investigadas na 'Opera��o Lava-Jato'."

Defesas


A reportagem procurou a Camargo Corr�a e a OAS. O espa�o est� aberto para manifesta��o. A Andrade Gutierrez se manifestou dizendo que "mant�m o compromisso de colaborar com a Justi�a. Al�m disto, tem feito propostas concretas para dar mais transpar�ncia e efici�ncia nas rela��es entre setores p�blico e privado. Sobre as declara��es (da Delta) citadas, a empresa n�o vai comentar". A Odebrecht e a Queiroz Galv�o disseram que n�o iam se manifestar sobre o assunto.


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