S�o Paulo, 28 - A candidata do PSOL � Prefeitura de S�o Paulo, Luiza Erundina, criticou nesta quinta-feira, 28, a ex-companheira dos tempos de PT Marta Suplicy (PMDB). Segundo ela, a forma como Marta deixou a sigla foi muito ruim. Pior ainda foi o argumentou usado. "Ela saiu no momento mais tr�gico da hist�ria do PT. � l�gico que ningu�m fica onde n�o est� se dando bem, mas ela dizer que saiu por conta do envolvimento do partido com a corrup��o e ir para o PMDB � uma brincadeira de mau gosto. O PMDB � o partido mais corrupto, que mais est� envolvido na Lava Jato, n�o tem apelo �tico, n�o tem um passado digno", afirmou Erundina em entrevista � R�dio Estad�o.
Questionada se a chapa formada pela senadora Marta Suplicy e o vereador de S�o Paulo Andrea Matarazzo (PSD) teria for�a nas periferias, Erundina disse que esse apelo n�o � exclusividade da ex-petista. "A grande maioria das minhas a��es de governo se deu na periferia".
Sobre a gest�o de Fernando Haddad (PT), prefeito candidato � reelei��o em S�o Paulo, ela afirmou que vai manter alguns projetos que deram certo, como as ciclovias e as faixas de �nibus. "Sem d�vida eu vou manter a redu��o da velocidade nas Marginais. A cidade � das pessoas, n�o dos carros". Mesmo assim, afirmou que � preciso acabar com a "ind�stria da multa", que pune, mas n�o educa os motoristas.
Ainda no tema transporte, Erundina criticou fortemente a licita��o das linhas de �nibus por 20 anos, como tem sido estudado pela gest�o atual, a qual � avaliada em R$ 140 bilh�es. "Essa concess�o j� est� vencida e est� sendo prorrogada ano ap�s ano com o pretexto de lan�ar uma licita��o por 20 anos. Isso � um absurdo, � ignorar que a din�mica da cidade muda, eu n�o vou levar adiante. Em Londres essas concess�es s�o por cinco anos e a cada ano se licita 20% das linhas, para haver uma atualiza��o permanente".
Erundina, que hoje ocupa um cargo de deputada federal, comentou ainda que se sente frustrada por ter tido Michel Temer (PMDB) como vice na sua chapa quando disputou a Prefeitura na campanha de 2004, pelo PSB. Segundo ela, quem decidiu pela dobradinha foi o partido e a pol�tica de alian�as do PSB foi justamente um dos motivos que a levou a deixar a legenda. "Eu n�o tenho nada a me queixar da conviv�ncia com ele naquela �poca, foi uma experi�ncia tranquila. Mas hoje ele n�o � mais aquele Temer. A forma como ele chegou ao governo interino desmerece uma trajet�ria passada que ele eventualmente pudesse apresentar. Eu me frustro de ter tido como vice algu�m que hoje foi capaz de articular um golpe", afirmou.
Ela disse esperar que o Senado n�o aprove o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), e afirmou que, ap�s as elei��es locais, o governo Temer prepara um "pacote de maldades". "Depois das elei��es eles v�o cair sobre o povo e vai ser insuport�vel. Eles n�o querem tomar essas medidas agora porque temem perder votos, mas est�o cozinhando o galo e vai custar muito caro para o trabalhador".
Erundina reconheceu que seu partido � pequeno e tem pouco tempo de TV, mas disse que sabe fazer campanha sem dinheiro. Ela tamb�m se mostrou confiante em seu desempenho eleitoral, lembrando que aparece em terceiro lugar nas pesquisas de inten��o de voto. "Eu estou acostumada com a pobreza, mas uma pobreza independente. Eu n�o tenho rabo preso com ningu�m. A minha vit�ria em 1988 foi uma zebra, nem meu partido acreditava que eu ganharia, mas o povo � quem decide. Assim, meu passado me recomenda. Se chegarmos ao segundo turno, n�o tem para ningu�m, n�s vamos virar a mesa".