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Estado de Minas

Temer ser� o candidato do nosso campo, diz Maia


postado em 31/07/2016 09:01

Rio, 31 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o presidente em exerc�cio, Michel Temer, podem disputar o segundo turno da elei��o presidencial de 2018 - e Temer vencer�. A previs�o, ou premoni��o, a ver, � do presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que na segunda-feira reabre os trabalhos depois de duas semanas de recesso. �Se o Michel for confirmado presidente, e o governo chegar a 50% de �timo e bom, ele � que ser� o candidato do nosso campo, quer queira, quer n�o�, disse. �Nesse caso, h� uma forte tend�ncia de ir para o segundo turno e ganhar de Lula.�

Maia botou a carro�a na frente dos bois em entrevista ao

Estad�o

, na segunda-feira da semana passada, na cafeteria de um hotel em S�o Conrado, bairro valorizado em que tamb�m mora, na zona sul do Rio. Ele sabe que Michel - como sempre se refere ao presidente em exerc�cio - j� declarou e reiterou que n�o � candidato � reelei��o, sabe que h� tr�s emplumados tucanos afiando os bicos e que at� o seu DEM, caso a presid�ncia da C�mara o fa�a brilhar, pode almejar remotissimamente a candidatura presidencial em 2018.

�Tudo isso ser� nada se o Michel estiver muito bem, como eu acredito que pode estar; o caminho natural, ent�o, � que os partidos da base construam entre si o pedido para que ele possa continuar�, afirmou o deputado. �Eu sei que ele vai brigar comigo por estar dizendo isso, mas, olhando o cen�rio de hoje, e projetando 2018, o Michel vai ter dificuldade em negar esse pleito por parte dos partidos que comp�em a base. � a �nica candidatura que pode unificar a base do governo.� Maia tem dito, reiteradamente, estar �convencido� de que a presidente Dilma Rousseff n�o voltar�. �Mas � �bvio, se eu estiver errado, que n�o serei hostil a governo algum.�

O presidente da C�mara chegou ao hotel de S�o Conrado no final de uma manh� friorenta, a bordo de um vistoso e robusto utilit�rio de luxo, um dos ve�culos � sua disposi��o. O outro vinha atr�s, com a seguran�a que o acompanha, para onde ele v�, desde a primeira hora em que ganhou a elei��o, na madrugada de 14 de julho. �� um cargo de muito poder, e muda tudo�, disse. �Opini�es que eu j� tenho, h� tempos, passaram a ter um outro valor (risos).�

Agenda

A entrevista era seu terceiro compromisso daquela manh�. De l�, sem almo�ar, ele iria para mais um - um encontro com o governador em exerc�cio do Rio, Francisco Dornelles (PP), e depois, �s 17 horas, voaria para Bras�lia, no avi�o oficial a que tamb�m tem direito, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. �N�o vou abusar do avi�o oficial�, disse Maia no banco de couro do utilit�rio que o transportava. �Sempre que for poss�vel, vou usar avi�o de carreira�, afirmou.

O voo com Meirelles foi uma coincid�ncia fortuita, para otimizar o uso do avi�o. Aproveitaram, claro, para afinar a sintonia dos desafios respectivos, decisivos para ambos, especialmente nas primeiras semanas em que Maia vai testar o seu poder. �Vamos ter dois meses de dificuldades para ter qu�rum, por causa das elei��es, mas mesmo assim vamos ter de trabalhar e produzir, dois ou tr�s dias por semana�, disse.

Para esta primeira semana, ele acha que d� para garantir a vota��o do projeto de regulamenta��o da d�vida dos Estados, �que � o mais importante no curto prazo�. Como concorda com o essencial das principais propostas �do Michel� - novos impostos � parte, se vierem -, fica mais f�cil para acelerar o ritmo. �Vamos estabelecer uma agenda e produzir o que for combinado�, disse.

Qu�rum existindo, entrar� na roda o pedido de cassa��o do mandato do ex-presidente e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Maia jogou no time dele - e vice-versa -, mas percebeu, h� n�o muito tempo, a hora de pular da canoa. �O erro do Eduardo foi ter tido poder demais e n�o ter sido capaz de entender que tudo � transit�rio na vida�, disse, j� � guisa de v� com Deus.

Disputa

O novo presidente contou, ajeitando inc�modos cem quilos na cadeira - j� foram 88, l� atr�s - que estava pensando seriamente em voltar para a iniciativa privada ao final deste quinto mandato. �De repente vem uma oportunidade dessas, um poder que muda completamente a minha trajet�ria pol�tica, pelo menos eu vou trabalhar para isso�, disse.

Sua explica��o para ter ganho a elei��o contra Rodrigo Rosso (PSD-DF) - 285 a 170 - � �ter acreditado na tese dos deputados Orlando Silva [PC DO B-SP]e Carlos Sampaio, de que eu era o �nico que podia agregar os votos de parte expressiva da oposi��o�. No domingo que antecedeu a elei��o, Maia foi a A�cio Neves, o senador ainda algo presidenci�vel do PSDB. �Ou voc� decide me apoiar, j�, ou o Centr�o vai ganhar e 2018 est� morto para todo mundo�, disse a ele, como contou. A�cio respondeu: �Fica tranquilo, est� resolvido. Vou jantar com o Michel e inform�-lo�. Michel foi informado, disse Maia.

Na ter�a-feira, v�spera da elei��o, houve um �almo�o determinante� com A�cio e seus colegas senadores Agripino Maia (DEM) e Fernando Bezerra (PSB). Coube a este, em nome do senador tucano, ligar para o j� postulante candidato de seu partido, J�lio Delgado, para dizer que n�o teria o apoio do PSDB. Maia ficou aliviado. Faltava enfraquecer a estrat�gia de Rosso - �criar um constrangimento para tirar o PT de mim�. Mais uma vez o presidente em exerc�cio entrou na hist�ria: �Falei com o Michel, e ele disse que era muito bom conversar com a esquerda�, contou o deputado.

Maia acha que o governo passou a acreditar que ele ganharia a elei��o na noite da ter�a-feira, ao constatar que os senadores procurados para interferir a favor de Rosso, na outra Casa, j� estavam simp�ticos � candidatura dele. A n�o ser que o Michel fechasse a quest�o - mas n�o foi o caso.

Ficha limpa

Maia n�o tem processos tramitando contra si - e nunca foi condenado por nada. Mas a Lava Jato descobriu, entre as mensagens do celular de L�o Pinheiro, s�cio da empreiteira OAS, j� condenado na primeira inst�ncia, uma mensagem em que ele pergunta ao empres�rio se �a doa��o de 250 vai entrar�. E outra, dois dias depois, em que estica a corda: �Se tiver ainda algum limite para doa��o, n�o esquece da campanha aqui�. Descobriu, tamb�m, que recebeu doa��o de uma empresa ligada � Odebrecht. Foi tudo para as m�os do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, que pediu mais informa��es a respeito ao Minist�rio P�blico Federal. �S�o doa��es de campanha, declaradas e perfeitamente legais�, disse o presidente deputado. Chances de acabar se enrolando? �Zero�, afirmou.


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