O �ltimo fim de semana de conven��es para confirmar os candidatos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte foi de muita tens�o, articula��es de bastidores para desfalcar ou engrossar a chapa alheia, trocas de farpas e at� briga de militantes. Foram oficializadas pelos partidos as candidaturas do economista Paulo Brant, pelo PSB, do ex-presidente do Atl�tico, Alexandre Kalil, pelo PHS, e do deputado federal Marcelo �lvaro Ant�nio, do PR. J� o PPS escolheu o vice na chapa do deputado estadual Jo�o Leite (PSDB), que ser� o vereador Ronaldo Gontijo. Por causa de um grande tumulto, o PDT, que tinha como certo o lan�amento do deputado Sargento Rodrigues, teve de adiar sua decis�o. At� sexta-feira, os partidos fecham o cen�rio, que caminha para ser o de uma elei��o pulverizada.
O PSB oficializou ontem o nome de Paulo Brant. O candidato afirmou que a falta de experi�ncia na vida pol�tica n�o ser� um problema para sua administra��o e apontou como temas principais de sua campanha a sa�de, a seguran�a e a mobilidade urbana. Ex-secret�rio de Cultura em Minas e ex-presidente da Cenibra, Brant disse preferir n�o se envolver nos embates com tucanos e petistas. “N�o estou olhando em volta. Estou fazendo o que tem que ser feito”, disse o candidato.
J� o padrinho pol�tico de Brant, o prefeito Marcio Lacerda (PSB), deu uma mostra de que as boas rela��es com os tucanos acabaram, assim como a alian�a que os uniu nas �ltimas duas elei��es. O socialista criticou a escolha do deputado estadual Jo�o Leite para concorrer pelo PSDB e disse que pesquisas internas mostram que a cidade quer um nome t�cnico para comandar a cidade. “Acredito que tenha uma certa frustra��o por parte do PSDB por n�o estarmos apoiando a candidatura imposta – e a palavra certa � essa mesmo – pelo PSDB”, disse o prefeito. Segundo Lacerda os socialistas se mobilizaram para que houvesse um consenso com os tucanos na elei��o. “Trabalhamos para convencer o PSDB e seus aliados de que a op��o Jo�o Leite n�o era a melhor para Belo Horizonte”, explicou.
Questionado sobre a posi��o do vice-prefeito D�lio Malheiros (PSD), que amea�ou deixar a cadeira na atual gest�o, caso o PSB consiga o apoio do PSD nas elei��es, Lacerda afirmou que chegou a sugerir a uni�o em torno dele mas o PSDB n�o quis. “Houve uma nova tentativa em junho do PSDB para reeditar a alian�a em torno de D�lio, mas j� n�o era mais poss�vel porque a candidatura de Brant estava lan�ada”, contou Lacerda.
Alian�a Jo�o Leite, que foi confirmado pelo PSDB na quinta-feira, teve ontem a defini��o do seu vice na chapa, o vereador Ronaldo Gontijo, na conven��o do PPS, que tamb�m era disputado por Paulo Brant. Foram 201 votos a favor da alian�a com o PSDB e 68 pela uni�o com o PSB de Lacerda e Brant.
Internamente, o grupo da ex-vereadora Luzia Ferreira, que � muito pr�xima de Lacerda, defendia a alian�a com Paulo Brant. J� o trabalho pela uni�o com os tucanos foi feito por Ronaldo Gontijo, que acabou escolhido como vice na chapa. “Acho que a mudan�a que as pessoas querem tem de ser pela pol�tica e n�o por meio de um nome t�cnico”, afirmou Gontijo em refer�ncia ao argumento do prefeito Lacerda de que a popula��o defende um t�cnico � frente da PBH.
Logo depois da aprova��o, Ronaldo Gontijo, que foi l�der de governo de Lacerda, teve a primeira conversa com Jo�o Leite sobre a campanha e o plano de governo a ser apresentado. A presidente estadual do PPS, Luzia Ferreira, que saiu derrotada na conven��o, disse que a corrente vencedora “ter� o apoio de todo o partido”.
Chefe
O ex-presidente do Atl�tico, Alexandre Kalil, que teve o nome confirmado na disputa pela prefeitura em conven��o do PHS, usou algumas das primeiras falas como candidato para criticar os advers�rios. “Eu n�o tenho chefe, n�o tenho padrinho, eu n�o fui fabricado por ningu�m. A prefeitura vai ter um chefe. Se Deus me der essa oportunidade, n�o tem papaizinho nem chefinho, o respons�vel est� aqui, � ele o respons�vel pela mazela ou pelo bem-estar do povo de BH”, disse.
A refer�ncia de Kalil � a tr�s dos principais nomes na disputa: o engenheiro Paulo Brant, apadrinhado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), o deputado estadual Jo�o Leite, lan�ado pelo senador A�cio Neves (PSDB), e o deputado federal Reginaldo Lopes, candidato do governador Fernando Pimentel (PT). Em estilo bem popular, o empres�rio n�o fez discurso. Em vez disso participou de um bate-papo com eleitores da capital e disse que n�o vai priorizar constru��es, mas cuidar de gente. “� n�o construir. Vamos pela primeira vez na hist�ria desta cidade fazer funcionar”, afirmou.
Quem tamb�m teve o nome chancelado em conven��o do partido ontem foi o deputado federal Marcelo �lvaro Ant�nio (PR). No evento, o partido tamb�m confirmou a coliga��o com o PSDC, que lan�ar� 41 candidatos a vereador. Participaram do ato cerca de 500 pessoas, incluindo dirigentes estadual e nacional do PR e o deputado federal Wellington Prado (PMB).
Marcelo �lvaro Ant�nio disse que sua campanha passa por atender aos anseios das pessoas que mais precisam. “Andei pelas nove regionais e percebi muito claramente que as pessoas nas vilas e comunidades se ajudam. Isso quer dizer que a administra��o p�blica est� ausente. N�o podemos fugir dos problemas das �reas mais vulner�veis da cidade, mas sim resolv�-los de forma colaborativa. Isso s� � poss�vel atrav�s de uma gest�o participativa”, afirmou.
Tumulto adia escolha de nome no PDT
Na Assembleia Legislativa o clima foi tenso e militantes do PDT chegaram a trocar agress�es f�sicas durante a conven��o que confirmaria o nome do deputado estadual Sargento Rodrigues como candidato � prefeitura. A confus�o foi tanta que a decis�o foi adiada para quinta-feira. Enquanto parte da legenda defendeu a candidatura pr�pria de Rodrigues, outra ala, liderada pelo vereador Bruno Miranda, pregou a ades�o ao engenheiro Paulo Brant (PSB).
Pessoas de grupos diferentes n�o deixavam os integrantes da outra frente falar. Xingamentos e gritos se misturavam ao som dos apitos na galeria. Os organizadores da conven��o tentaram acalmar os militantes e chegaram a separar algumas brigas. A PM foi chamada. O militante Max Ferreira, que apoia Bruno Miranda, foi agredido por duas pessoas que disseram ser policiais apoiadores de Rodrigues. “Pedi o pessoal para abaixar um pouco a voz na fala e fui surpreendido por dois policiais, que vieram e me deram um soco na costela”, afirma.
Sargento Rodrigues acredita que a decis�o saia at� antes do previsto, na quarta-feira, e garante que sua candidatura ser� mantida. “Nos bastidores j� temos um outro partido para compor e o pr�prio presidente nacional, Carlos Lupi, deixou claro que quer a candidatura pr�pria”, afirmou. O deputado atribuiu a divis�o interna da legenda a investidas do prefeito Marcio Lacerda para aumentar o apoio e o tempo de TV de Paulo Brant.