Lorenzoni rebate e diz que Gilmar Mendes deveria colocar 'm�o na consci�ncia'

Bras�lia, 24 - O relator da comiss�o especial que analisa as dez medidas contra a corrup��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF), Onyx Lorenzoni (DEM-RS), rebateu as cr�ticas do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, � proposta. Durante audi�ncia p�blica do colegiado, nesta quarta-feira, Lorenzoni disse que Mendes deveria colocar a "m�o na consci�ncia e fazer uma reflex�o muito s�ria" sobre o assunto.

"Ele (Mendes) defende o sistema jur�dico atual, mas como � que um sistema t�o eficiente transformou esse pa�s nesse horror de corrup��o?", questionou Lorenzoni. O relator voltou a defender o projeto. "Este parlamento tem in�meros defeitos, mas tudo que foi produzido aqui a partir de iniciativa popular melhorou o sistema. Desafio quem disser o contr�rio", indagou o relator, citando a Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010.

Na ter�a-feira, 23, Mendes criticou diversos pontos do projeto, como o que prev� o uso de provas obtidas de maneira il�cita quando houver boa-f�, e disse que o pacote n�o pode ser aprovado na �ntegra. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro afirmou que os procuradores precisam "cal�ar as sand�lias da humildade". Ele acusou o MP de cometer abusos e de ter vazado a dela��o do empreiteiro L�o Pinheiro, da OAS, citando o ministro Dias Toffoli, por vingan�a.

"Eu vi outro dia na TV uma procuradora da Rep�blica falando que o Congresso tem que aprovar o projeto (das dez medidas) porque teve o apoio popular. Ora, de onde tiraram essa autoridade, essa legitimidade?", perguntou Mendes. O ministro disse ainda que "o recado est� dado". "Isso n�o vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar freios. (...) Isso j� ocorreu antes no Brasil. O cemit�rio est� cheio desses her�is."

Na semana passada, o presidente do TSE se envolveu em outra pol�mica ao dizer que a Lei da Ficha Limpa "parece ter sido feita por b�bados". "Sem querer ofender ningu�m, mas j� ofendendo, parece que a Lei da Ficha Limpa foi feita por b�bados. � uma lei mal feita, n�s sabemos disso", afirmou o ministro.