Bras�lia – Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), levaram � presidente afastada Dilma Rousseff (PT) na semana passada um assunto caro � petista: a ren�ncia antes da vota��o do impeachment no plen�rio da Casa. A estrat�gia negociada nos bastidores do mundo pol�tico brasiliense seria posta em pr�tica na ida dela ao Congresso na segunda-feira, 24 horas antes do desfecho do processo. Os termos do acordo chegaram a ser detalhados.
Na cabe�a dos aliados da presidente, a ren�ncia seria – ao contr�rio do que a pr�pria petista considerava –, uma sa�da honrosa, que na pior das hip�teses garantiria a manuten��o dos direitos pol�ticos, caso o processo do impeachment fosse derrubado no plen�rio. Um dos argumentos era de que, no futuro, Dilma pudesse sair do PT, buscar filia��o no PDT e at� mesmo voltar a se candidatar em 2018. Interlocutores de Renan chegaram a falar de uma disputa ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Dist�ncia Nos �ltimos dias, os aliados de Dilma viram os caciques petistas buscarem dist�ncia do processo de impeachment e do mart�rio da presidente afastada. Vide a recusa da Executiva do PT, que, por 14 votos a dois, decidiu enterrar a proposta de Dilma de realizar um plebiscito de novas elei��es. A a��o de Rui Falc�o, presidente da legenda, selou de maneira deselegante a rela��o tempestuosa entre os dois.
Origin�ria do PDT, Dilma nunca teve uma conviv�ncia pac�fica com os petistas. No primeiro ano do mandato, ainda em 2011, a imagem de “faxineira” passou a ser vinculada � da presidente por ela ter tirado do minist�rio parte da tropa indicada pelo antecessor, Luiz In�cio Lula da Silva. Os movimentos irritaram a c�pula do partido, que chegou a considerar que Dilma jogava contra o ex-presidente.
Nos �ltimos meses, o mais fiel escudeiro de Dilma foi o ex-ministro da Justi�a Jos� Eduardo Cardozo. O hoje advogado da presidente afastada foi atacado por petistas ao longo da gest�o por supostamente n�o conseguir segurar a atua��o da Pol�cia Federal contra os integrantes da Esplanada. A cr�tica, por mais estapaf�rdia, foi t�o devastadora que Cardozo chegou a colocar o cargo � disposi��o da presidente.
Ataques Os dois movimentos – a decis�o da executiva e a fritura contra Cardozo –, caso combinados no tempo e no espa�o, mostram como os petistas trataram Dilma e os principais assessores com certo desprezo e, por que n�o, em alguns momentos, �dio. No passado, tais ataques chegaram mesmo a influenciar a milit�ncia, que s� voltou �s boas com Cardozo recentemente, quando virou advogado.
Al�m de Cardozo, Dilma se cercou de pessoas que nunca foram unanimidade dentro do partido, como Aloizio Mercadante e K�tia Abreu. O apoio p�blico � presidente deu-se mais por uma simples tentativa de manuten��o dos cargos na Esplanada dos Minist�rios do que afinidade pol�tica. A pr�pria Dilma nunca esperou muito mais do PT, at� pela forma como comandou o governo ao longo de seis anos.
A tentativa de negocia��o com Dilma sobre a possibilidade de ren�ncia foi interrompida com a negativa da presidente para a proposta. A petista teria que fazer um exerc�cio para explicar algo que sempre negou e, al�m disso, n�o teria a garantia completa de uma vit�ria no plen�rio 24 horas depois da ren�ncia. Para quem acompanhou as tratativas, a recusa inicial inviabilizou qualquer retomada de um eventual acordo, que levaria tempo para ser maturado por senadores peemedebistas.