S�o Paulo, 26 - O deputado Giuseppe Vecci (PSDB/GO) caiu no grampo da Pol�cia Federal por agir em favor de uma empresa contratada pela companhia de Saneamento de Goi�s (Saneago) - alvo da Opera��o Decanta��o por suposto esquema de financiamento de partidos com recursos do PAC, do BNDES e da Caixa e pagamento de d�vidas de campanha da reelei��o do governo Marconi Perillo (PSDB), em 2014.
Segundo a PF, a empresa supostamente favorecida pela a��o de Vecci, a JC Gontijo Engenharia, doou R$ 1 milh�o para o PSDB depois de receber valores relativos ao contrato com a Saneago. A empresa havia doado R$ 1 milh�o para o parlamentar nos dias 30 de outubro e 4 de novembro de 2014, maior quantia repassada ao ent�o candidato � C�mara.
Decanta��o foi deflagrada nesta quarta-feira, 24. A PF prendeu o presidente do PSDB em Goi�s, Afreni Gon�alves, e o presidente da Saneago, Jos� Taveira Rocha, ex-secret�rio da Fazenda de Perillo.
A PF tamb�m grampeou di�logo entre o empres�rio Jos� Ces�rio Lopes, da Gr�fica Moura, e o presidente da Saneago. Os dois conversam sobre uma d�vida de campanha de cerca de R$ 400 mil do governador, em 2014.
A malha de grampos da PF pegou Afreni Gon�alves no telefone e em mensagens por e-mail. �udios evidenciam acertos entre o tucano e o diretor de Gest�o Corporativa da Saneago, Robson Salazar, para favorecer o pagamento da JC Gontijo, detentora de contrato de empreitada com a estatal de saneamento da gest�o Perillo.
A intercepta��o da PF pegou um e-mail, em 28 de agosto de 2015, de Edson Filizola para Afreni tratando das obras de amplia��o da ETE de Goi�nia e da obra de �guas Lindas.
"Em telefonemas realizados na sequ�ncia, Afreni Gon�alves e o deputado federal Giuseppe Vecci intercedem junto ao diretor de Gest�o Corporativa, Robson Salazar, no sentido de que fosse liberado uma contrapartida da Saneago a empresa JC Gontijo�, diz relat�rio da Opera��o Decanta��o.
Para os investigadores, "existem fundados ind�cios de que o investigado (presidente do PSDB em Goi�s) d� provimento ao n�cleo pol�tico da organiza��o criminosa, dirige, age e interage na Saneago para beneficiar aliados pol�ticos, direcionar contratos, abreviar pagamentos e percutir dinheiro para o PSDB e campanhas pol�ticas".
O deputado Vecci n�o estava sob monitoramento. A compet�ncia para eventual
investiga��o sobre o parlamentar � exclusiva do Supremo Tribunal Federal. Ele caiu no grampo da PF indiretamente, como em 28 de setembro de 2015, quando recebeu telefonema de Afreni.
Nesta liga��o, Vecci pede para o presidente do PSDB "conversar com Robson Salazar no sentido de que este pagasse Jos� Celso (Gontijo), propriet�rio da JC Gontijo".
Antes mesmo, um �udio de 28 de agosto de 2015 pegou Salazar e Vecci, no qual o deputado pediu para o diretor de Gest�o da Saneago "receber Jos� Celso Gontijo na Saneago".
No dia 16 de setembro de 2015, Salazar recebe outro telefonema em que o deputado tucano diz "Ti�o Caro�o e o Z� Celso est�o esperando a contrapartida deles".
No mesmo dia, o empres�rio Jos� Celso Gontijo "conversa com Robson Salazar, diz que j� falou com Vecci e que tudo estava certo para a libera��o da contrapartida da Saneago".
Em 28 de setembro de 2015, aponta a rede de grampos da PF, Vecci pede para Afreni "conversar com Robson Salazar para pagar o Jos� Celso". Em outra liga��o, o presidente do PSDB de Goi�s conversa com Robson Salazar, que diz que 'est� tudo certo'. No mesmo dia, Afreni em conversa novamente com o deputado afirma que "o JC Gontijo j� foi pago".
Para os investigadores, "no contexto mais amplo no qual os fatos se inserem n�o se pode afastar o entendimento de que os valores recepcionados pelo PSDB fora a t�tulo de propina, ainda que sobe a forma de doa��o, porque disfar�adas do seu real prop�sito".
Em nota oficial, o deputado Giuseppe Vecci, do PSDB em Goi�s, afirmou que n�o pediu "pagamento n�o devido, indevido, nem al�m do que era devido". O deputado enfatizou que pauta sua atua��o, no exerc�cio do mandato, "pelo respeito institucional".
O gerente de Marketing da JC Gontijo Engenharia, Marcos Sant�Ana, informou que a empresa "n�o tem conhecimento" da investiga��o da Opera��o Decanta��o. "Informo que n�o temos conhecimento da investiga��o e, por isso, n�o podemos emitir qualquer tipo de posicionamento sobre o assunto."