(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Bras�lia se divide entre rotina inalterada e tens�o durante defesa de Dilma

Rodada de chope, partida de Mortal Kombat no Conic, filminho na rodovi�ria, selfie na Esplanada. Sentimento nas ruas da cidade durante a defesa de Dilma Rousseff no Senado � de que dificilmente haver� uma reviravolta


postado em 30/08/2016 13:31

Seu Pedro Silva antenado na defesa da presidente Dilma Rousseff. Enquanto isso, jovens estão mais interessados em uma partida de videogame(foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
Seu Pedro Silva antenado na defesa da presidente Dilma Rousseff. Enquanto isso, jovens est�o mais interessados em uma partida de videogame (foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

S�o 16h da segunda-feira, mas poderia ser uma tarde de domingo no Conic, em Bras�lia. Uma turma de colegas aproveita o fim do expediente para tomar um litr�o de chope em um dos bares no corredor do centro comercial. Em frente � lanchonete Replay, mais tr�s ou quatro pessoas est�o entregues ao �cio ou passando o tempo em redes sociais no celular. Dentro do estabelecimento, uma fileira de homens se aglomera para jogar videogame, maior atrativo do local. Sozinho, quem est� sentado em uma das mesas � o aposentado Pedro Silva, 78 anos, o �nico cliente a acompanhar pela televis�o o julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal.

Ontem, dia em que a petista discursou a seu julgadores no Congresso Nacional, a vida seguiu tranquila nas ruas da capital federal, centro da pol�tica brasileira. Fora do plen�rio e da Esplanada, com exce��o da interdi��o de vias, Bras�lia manteve sua rotina inalterada, dividida entre aqueles que pelo r�dio ou tev� tomavam p� da situa��o do pa�s e entre os que consideravam que a segunda-feira era apenas mais um dia. Por�m, em meio ao cotidiano, seu Pedro lembra que se trata de momento hist�rico. “Temos que acompanhar. � um dever c�vico, porque somos brasileiros. Espero que o Brasil melhore com Dilma ou sem Dilma”, afirma o aposentado, que votou na petista e n�o se arrependeu.

De costas para a televis�o, entre uma jogada e outra do game Mortal Combat, o auxiliar administrativo Fernando Santana, 23, comenta que, para ele, n�o faz mais sentido acompanhar o julgamento. “Sou contra o impeachment e sei que ela vai sair. Ent�o acho besteira acompanhar”, refor�a o rapaz. Ele chegou a ir a duas manifesta��es na �poca da vota��o do processo de afastamento pela C�mara dos Deputados e acredita que n�o h� mais como reverter a aprova��o do impeachment.

Ao lado do Conic, na rodovi�ria de Bras�lia, entre o vaiv�m de �nibus e passageiros, algumas pessoas assistem � televis�o penduradas na pilastra. Ilus�o pensar ser a transmiss�o da sess�o de defesa de Dilma no Senado. As aten��es est�o todas voltadas para o filme “A fada do dente”, exibido ontem na Sess�o da Tarde, da TV Globo. “N�o acompanho nada de pol�tica”, justificou o trabalhador do Ceasa Israel Agostinho, 32.

A estudante Laís Braz nem sabia que Dilma estava ali no ponto turístico(foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
A estudante La�s Braz nem sabia que Dilma estava ali no ponto tur�stico (foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

O tema, no entanto, � interesse do gesseiro Reinaldo Borges, 32. � espera do coletivo, ele n�o larga o celular, sintonizado na R�dio Senado. “Comecei a saber mais de pol�tica agora com o impeachment. N�o � novela, � real o que estamos vivendo”, afirma o gesseiro, que n�o se convenceu com o discurso da presidente. “Achei muito decorado, sempre a mesma coisa, com respostas que n�o convencem”, critica.

Apenas cinco quil�metros separam a invas�o CCBB, no Setor de Clubes, onde mora o catador de material recicl�vel Em�lio Luiz da Silva, 64, e o Senado. Mesmo atento � pol�tica, no in�cio da tarde, ele ainda n�o havia se inteirado sobre o julgamento de Dilma. “Sa� �s 6h para catar material. �s 10h, voltei pra casa. Minha esposa est� cega por causa da diabetes e tenho que acompanhar. N�o deu para saber ainda”, na torcida pela perman�ncia de Dilma.

Mais pr�xima ainda do centro nevr�lgico da pol�tica estava a estudante de comunica��o La�s Braz, 28, rec�m-chegada de um interc�mbio no Canad�. Com o bra�o esticado, ela tentava enquadrar na selfie seu rosto emoldurado pelo Congresso Nacional ao fundo. A imagem cruzou fronteiras e foi enviada para amigos que ela fez no exterior. Questionada se iria contar ao grupo sobre os acontecimentos dentro do Senado, La�s n�o escondeu a sinceridade. “Nem estava lembrando que a Dilma ia l� hoje, mas agora vou comentar com eles”, confessa.

Descr�dito
No Objeto Encontrado, um dos caf�s mais politizados de Bras�lia, na Asa Norte, a sess�o de julgamento de Dilma n�o provocou mudan�as na programa��o do estabelecimento. “Cheguei a pensar em p�r no r�dio do caf� a transmiss�o do Senado”, contou um dos s�cios, Lucas Silva Hamu, 27, que desistiu da ideia. “O �ltimo momento de engajamento foi na vota��o na C�mara. Depois disso, todo mundo que entende como golpe sofreu muito emocionalmente”, completou. Hamu chegou a acompanhar a sess�o pela manh�, quando ainda estava fora do trabalho, e pretendia se unir aos manifestantes contr�rios ao impeachment na Esplanada � noite.

“Temos que acompanhar. � um dever c�vico, porque somos brasileiros. Espero que o Brasil melhore com Dilma ou sem Dilma”
Pedro Silva, aposentado

“Comecei a saber mais de pol�tica agora com o impeachment. N�o � novela, � real o que estamos vivendo. Achei muito decorado sempre a mesma coisa, com respostas que n�o convencem”
Reinaldo Borges, gesseiro


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)