S�o Paulo, 30 - A Pol�cia Civil de Pernambuco concluiu que o empres�rio Paulo C�sar Morato, alvo da Opera��o Turbul�ncia, se suicidou. Em entrevista coletiva nesta ter�a-feira, 30, a delegada Gleide �ngelo, respons�vel pelo inqu�rito, afirmou que n�o h� nenhum ind�cio de que Morato tenha sido assassinado.
Morato foi encontrado morto em um motel em Olinda, no Grande Recife, em 22 de junho, um dia ap�s a deflagra��o da opera��o que apura o esquema que teria movimentado mais de R$ 600 milh�es na campanha de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco e na aquisi��o do jatinho usado por ele na campanha presidencial de 2014.
Campos morreu em agosto daquele ano, v�tima de um acidente a�reo com o jatinho em Santos, litoral de S�o Paulo.
As investiga��es apontaram que Morato tinha contas banc�rias pelas quais passaram R$ 18 milh�es em dep�sitos feitos pela empreiteira OAS e que foram usados na compra do avi�o que caiu em agosto de 2014, matando cinco pessoas, entre elas Eduardo Campos.
A delegada respons�vel pela investiga��o sobre a morte de Morato afirmou que diversos exames e per�cias foram feitos no carro do empres�rio e nas c�meras de seguran�a do motel.
As imagens, segundo a pol�cia, n�o mostra ningu�m entrando nem saindo do local durante o per�odo em que Morato ficou no quarto.
O empres�rio era considerado o "testa de ferro" da organiza��o criminosa suspeita de lavar dinheiro.
A tese de suic�dio foi confirmada, segundo a delegada, tamb�m por meio do mapeamento das liga��es feitas pelo celular do empres�rio.
Nas conversas, ele diz a amigos e � namorada que j� sabia que havia um mandado de pris�o expedido contra ele na Opera��o Turbul�ncia.
A �ltima liga��o que efetuou foi a um amigo que morava com ele no Recife e a quem pediu algumas mudas de roupas.
Morato tamb�m ligou para a namorada, dizendo que "precisava fugir", e para um amigo, a quem falou que "gostava muito" e, logo em seguida, desligou.
"N�o h� nenhum ind�cio de que n�o tenha sido suic�dio", afirmou a delegada.
O empres�rio tamb�m j� teria tentado suic�dio anteriormente, em mar�o de 2015, quando teria tomado rem�dios. Morato chegou a procurar ajuda em um Centro de Aten��o Psicossocial (Caps), mas acabou desistindo de receber tratamento, dizendo que "n�o era doido".
Ele foi localizado sem vida, envenenado, um dia ap�s ser procurado em casa pela Opera��o Turbul�ncia, da Pol�cia Federal, acusado de ser "testa de ferro" de um esquema de corrup��o e pagamento de propinas para pol�ticos.
De acordo com laudo do Instituto M�dico Legal do Recife, ele teria sido v�tima de envenenamento com chumbinho, produto usado para matar ratos.
Segundo as investiga��es da Pol�cia Federal, Morato seria o controlador de uma rede de captura de CPFs de laranjas para o esquema de distribui��o de propinas a pol�ticos em Pernambuco nas campanhas de 2010 e 2014.
No carro dele, apreendido no motel, havia dezenas de envelopes de dep�sito banc�rios e R$ 3 mil em dinheiro.
Em Tamandar�, cidade do Litoral Sul de Pernambuco onde Morato viveu antes de se mudar para o Recife, ele era conhecido como Paul�o e vivia modestamente como dono de uma pequena loja de aparelhos e acess�rios de celulares.