O advogado de defesa do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Marcelo Nobre, disse hoje que o parlamentar est� sendo submetido a um linchamento e que o parecer do Conselho de �tica que pede a cassa��o do mandato do peemedebista n�o conseguiu a prova material da exist�ncia de contas no exterior.
“Esse processo diz respeito a uma imputa��o de mentira para o meu cliente, como se, ao dizer que todas as contas que possui est�o declaradas, ele estivesse mentindo. Mas o meu cliente n�o mentiu”, disse Nobre. “Ele est� sendo linchado porque n�o h� prova nenhuma da imputa��o que existe contra o meu cliente”, acrescentou, ao defender seu cliente na tribuna da C�mara dos Deputados.
Nobre disse que a cassa��o de Cunha seria uma pena capital e que serviria de precedente para outros processos. “A guilhotina est� aqui posta e esse precedente servir� como precedente para v�rios outros. Um precedente de linchamento”, afirmou.
Segundo o advogado, as cerca de 90 p�ginas do parecer do relator Marcos Rog�rio (DEM-RO) n�o conseguiram provar materialmente a titularidade de contas de Cunha no exterior. “Essa defesa disse que n�o existem provas, porque a prova � material. Ou existem provas ou n�o”, disse Nobre. “Se h� uma conta do meu cliente no exterior uma linha bastava para o relator”, criticou.
Durante seu discurso, Nobre disse que o parecer foi constru�do em cima de mat�rias jornal�sticas, sem que houvesse a demonstra��o da materialidade do crime imputado ao peemedebista. “Voc�s estai julgando mat�rias jornal�sticas publicadas e que est�o aqui a servir de provas incontestes de que o meu cliente tem conta no exterior. A prova � material, cad� a conta, cad� o n�mero? Como se julga um processo sem prova dizendo que o meu cliente mentiu e cassar o seu mandato? Com que fundamento?”, questionou.
Segundo o relat�rio de Marcos Rog�rio, Cunha � o dono de pelo menos quatro contas na Su��a: K�pek; Triumph SP, Orion SP e Netherton. Ao pedir a cassa��o de Cunha, Rog�rio disse que as contas s�o verdadeiros “laranjas de luxo”.
“Estamos diante do maior esc�ndalo que este colegiado j� julgou, n�o se trata apenas de omiss�o, de mentira, mas de uma trama para mascarar a evas�o de divisas, a fraude fiscal”, disse Rog�rio. “Estamos diante de uma fraude, de uma simula��o de empresas de papel, de laranjas de luxo criadas para esconder a exist�ncia de contas no exterior”, acrescentou o relator.
Para o advogado de Cunha, a cassa��o do peemedebista representa a “morte pol�tica” de seu cliente.