
Curitiba e S�o Paulo - O Minist�rio P�blico Federal apresentar� den�ncia contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva por corrup��o e lavagem de dinheiro na reforma do tr�plex do Condom�nio Solaris, no Guaruj�, litoral paulista. O petista � alvo de tr�s investiga��es centrais na Opera��o Lava-Jato, em Curitiba - sede do esc�ndalo de cartel e corrup��o na Petrobras. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, tamb�m ser� acusado criminalmente.
Lula teria recebido "benesses" da empreiteira OAS - uma das l�deres do cartel que pagava propinas na Petrobras - em obras de reforma no apartamento 164-A do Edif�cio Solaris. O pr�dio foi constru�do pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos banc�rios), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. O im�vel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.
Os procuradores da Lava-Jato acusar�o na Justi�a Lula de ser o verdadeiro dono do tr�plex que estava em reforma - a defesa do petista nega taxativamente.
No �ltimo m�s, a Pol�cia Federal indiciou Lula, a ex-primeira dama Marisa Let�cia, o ex-presidente da OAS Jos� Aldem�rio Pinheiro, o L�o Pinheiro, e um engenheiro da empreiteira que participou da reforma do im�vel. No indiciamento, o delegado M�rcio Adriano Anselmo, afirmou que "(Lula) recebeu vantagem indevida por parte de Jos� Aldem�rio Pinheiro e Paulo Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realiza��o de reformas no apartamento 174". O im�vel recebeu obras avaliadas em R$ 777 mil, m�veis no total de R$ 320 mil e eletrodom�sticos no valor de R$ 19 mil - totalizando R$ 1,1 milh�o.
Processos
Lula foi alvo de condu��o coercitiva, no dia 4 de mar�o, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava-Jato, batizada de Opera��o Aletheia. Na ocasi�o ele negou conhecer o engenheiro da OAS Paulo Gordilho, que teria participado da reforma da cozinha do tr�plex e de outra propriedade que investigadores atribuem a Lula, o s�tio de Atibaia (SP).
Investigadores da for�a-tarefa, em Curitiba, reuniram elementos para apontar a participa��o de Lula no esquema de cartel e corrup��o que vigorou de 2004 a 2014, na Petrobras - e teria sido espelhado em outras �reas do governo, como contratos do setor de energia, concess�es de aeroportos e rodovias.
Com base em uma sistem�tica padr�o de corrup��o como "regra do jogo", empreiteiras, em conluio com agentes p�blicos e pol�ticos da base, PT, PMDB e PP, em especial, desviavam de 1% a 3% em contratos das estatais. Um rombo de pelo menos R$ 6,2 bilh�es s� na Petrobras.
Lula teria recebido "benesses" das empreiteiras do cartel, como Odebrecht, OAS e outras. Executivos dos dois grupos empresariais negociam desde o in�cio do ano acordos de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico Federal - a da OAS foi encerrada pela Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR).
Nas mensagens encontradas nos celulares apreendidos do ex-presidente da OAS e do engenheiro do grupo h� elementos, para a PF, de que o casal Lula orientou as reformas no apartamento do Guaruj�.
Os pagamentos da OAS tamb�m devem gerar outra den�ncia sobre o custeio do armazenamento de bens do ex-presidente pela empresa Granero. Desde 2011, quando ele deixou a Presid�ncia, a empreiteira teria pago cerca de R$ 1,3 milh�o pela guarda do material.
Investiga��es
Outro inqu�rito, em fase final, investiga a compra e reformas no s�tio Santa B�rbara, em Atibaia, interior de S�o Paulo. O im�vel, para a Lava-Jato, pertence a Lula e recebeu obras da OAS e da Odebrecht. O ex-presidente nega ser o propriet�rio do s�tio.
O terceiro inqu�rito da PF vasculha pagamentos e doa��es � LILS Palestras e Eventos e ao Instituto Lula. A PF suspeita que a LILS e o Instituto receberam valores de empreiteiras contratadas durante os dois mandatos de Lula (2003/2010).