S�o Paulo e Curitiba, 14 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato n�o pediu a pris�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Em meio � grande expectativa no Pa�s, principalmente nos meios pol�ticos, sobre um eventual requerimento de cust�dia preventiva do petista, os procuradores da Rep�blica que investigam o esquema de propinas e cartel de empreiteiras na Petrobras decidiram entregar ao juiz federal S�rgio Moro a den�ncia de 149 p�ginas - documento n�o acompanhado de pedido de pris�o do petista.
Os procuradores acusam Lula por corrup��o e lavagem de dinheiro. Afirmam que o ex-presidente era o "comandante m�ximo" de um amplo esquema de corrup��o que ultrapassou o �mbito da Petrobras e se espalhou por outros �rg�os p�blicos.
Segundo a acusa��o, Lula foi contemplado com propinas de R$ 3,7 milh�es - valores supostamente investidos pela empreiteira OAS nas obras de reforma e na instala��o de mobili�rio no tr�plex do Condom�nio Solaris, no Guaruj�, cuja propriedade � atribu�da a Lula, o que � negado por sua defesa.
Nesta quarta-feira, 14, indagado por jornalistas se foi pedida a pris�o de Lula, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato, disse que o Minist�rio P�blico Federal n�o se manifesta sobre aquilo que pretende ou n�o pretende fazer, mas apenas sobre o que j� fez - no caso, a den�ncia que foi protocolada na 13.� Vara Criminal Federal de Curitiba, sob titularidade do juiz Moro.
Em mar�o, Lula foi conduzido coercitivamente pela Pol�cia Federal na Opera��o Aletheia, desdobramento da Lava Jato.
O ex-presidente foi levado a uma sala no Aeroporto Internacional de S�o Paulo, em Congonhas, onde dep�s por cerca de duas horas.
Na ocasi�o, grupos de manifestantes do PT, sindicalistas e pol�ticos que apoiam o ex-presidente protestaram nas ruas e se aglomeraram em Congonhas. Militantes contra Lula tamb�m foram �s ruas. Houve confrontos.
No dia seguinte, Moro emitiu nota oficial repudiando o que classificou de "incita��o � pr�tica de viol�ncia" durante a condu��o de Lula.
A nota do juiz da Lava Jato enfatizou que ele "repudia, sem preju�zo da liberdade de express�o e de manifesta��o pol�tica, atos de viol�ncia de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incita��o � pr�tica de viol�ncia, ofensas ou amea�as a quem quer que seja, a investigados, a partidos pol�ticos, a institui��es constitu�das ou a qualquer pessoa".
Moro demonstrou ter ficado consternado com o clima acirrado. "A pedido do Minist�rio P�blico Federal, este juiz autorizou a realiza��o de buscas e apreens�es e condu��o coercitiva do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para prestar depoimento. Como consignado na decis�o, essas medidas investigat�rias visam apenas o esclarecimento da verdade e n�o significam antecipa��o de culpa do ex-presidente."
Moro observou que "cuidados foram tomados para preservar, durante a dilig�ncia, a imagem do ex-presidente".
"Lamenta-se que as dilig�ncias tenham levado a pontuais confrontos em manifesta��o pol�ticas inflamadas, com agress�es a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar."
Ele cobrou toler�ncia. "A democracia em uma sociedade livre reclama toler�ncia em rela��o a opini�es divergentes, respeito � lei e �s institui��es constitu�das e compreens�o em rela��o ao outro."