Nova York, 21 - O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira, 21, que foi "supreendente" a declara��o de seu articulador pol�tico, Geddel Vieira Lima, em favor da proposta que anistia a pr�tica de caixa 2 em campanhas eleitorais. "Pessoalmente eu acho que n�o � bom, mas vou chegar l�, quero esclarecer isso", declarou Temer em entrevista coletiva em Nova York.
Segundo ele, a posi��o de Geddel � "personal�ssima" e n�o reflete a posi��o do governo. "Eu pessoalmente acho que isso � mat�ria do Congresso Nacional, mas eu pessoalmente n�o vejo raz�o para prosseguir ou prosperar nesta mat�ria", ressaltou.
Mas o presidente n�o quis discutir a orienta��o que dar� � sua base na vota��o do assunto no Congresso Nacional. Temer ressaltou que n�o pretende interferir na atua��o do Legislativo.
Nesta ter�a-feira, 20, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou que o Pal�cio do Planalto n�o foi consultado sobre a tentativa de votar a anistia � pr�tica do caixa 2, mas disse ser "pessoalmente" a favor da medida.
Para Geddel, se o Minist�rio P�blico Federal prop�s um projeto para criminalizar o caixa 2, isso significa que esse tipo de pr�tica n�o � considerado crime hoje em dia. Segundo o ministro, uma coisa � o pol�tico ser penalizado com base na legisla��o eleitoral e outra � o que vem acontecendo no �mbito da Opera��o Lava Jato, em que as condena��es t�m sido por corrup��o e lavagem de dinheiro.
Na segunda, em uma tentativa atrapalhada, l�deres de praticamente todos os grandes partidos tentaram articular a vota��o de uma proposta com esse fim. Foi colocado em pauta um projeto de 2007 sobre mudan�as em regras eleitorais e uma emenda seria proposta para que houvesse anistia aos pol�ticos que praticaram caixa 2 no passado.
Ningu�m assumiu a autoria da proposta, mas as articula��es da iniciativa teriam contado com o aval do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que est� interinamente ocupando o cargo de presidente da Rep�blica enquanto Michel Temer est� nos Estados Unidos.
Polariza��o
Temer tamb�m disse que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva "tem condi��es" de ir ao Poder Judici�rio e apresentar seus argumentos de defesa no processo em que � acusado de corrup��o na opera��o Lava Jato. "Se eu estivesse no lugar dele iria ao Judici�rio para debater."
Perguntado se a aceita��o da den�ncia contra o petista polarizaria ainda mais o pa�s, o presidente disse que essa polariza��o deve ocorrer no plano jur�dico. "N�o sei quais ser�o as rea��es. Acho que deve polarizar no plano Jur�dico. No plano jur�dico, certa e seguramente, eu espero que seja assim. O sr. ex-presidente tem condi��es de ir ao Judici�rio e, a� sim, polarizar com argumentos."
Temer disse que n�o se manifestaria sobre a atua��o do Poder Judici�rio ou do Minist�rio P�blico, que s�o independentes. "N�o ser� o Poder Executivo que vai julgar", afirmou.