S�o Paulo, 26 - O lobista Milton de Oliveira Lyra Filho, ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi alvo de condu��o coercitiva e buscas e apreens�es nesta segunda-feira, 26, alvo da 35ª fase da Opera��o Lava Jato, que levou para AA cadeia o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), nos governo Lula e Dilma Rousseff.
A Opera��o Omert�, nome da 35ª fase, identificou rela��es de Lyra com recebedores de propinas da Odebrecht, identificados nas planilhas do Setor de Opera��es Estruturas da empreiteira - o "departamento da propina". Um dos epis�dios ocorreu em 2010, em S�o Paulo, em que o endere�o de recebimento era o de Luiz Gustavo Machado. "Em uma dessas oportunidades terminal telef�nico de Milton Lyra foi fornecido como contato para o Setor de Opera��es Estruturadas", registrou o delegado da Pol�cia Federal Filipe Hille Pace.
Milton de Oliveira Lyra Filho � um empres�rio conhecido em Bras�lia. H� alguns anos, comanda o empreendimento comercial Meu Amigo Pet, uma rede de produtos para animais de estima��o que atua na internet e tamb�m com lojas f�sicas. Bem relacionado com v�rios pol�ticos, Milton aproximou-se do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), h� cerca de 10 anos. J� trabalhou tamb�m com o usineiro e ex-deputado Jo�o Lyra - eleito em 2010 pela �ltima vez pelo PTB de Alagoas, mas depois filiou-se ao PSD.
Investigado
Milton Lyra tamb�m aparece em dela��o premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica, por Nelson Mello, ex-diretor de Rela��es Institucionais do Grupo Hypermarcas. Ele afirmou que pagou R$ 30 milh�es a dois lobistas com tr�nsito no Congresso para efetuar os repasses para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Romero Juc� (RR) e Eduardo Braga (AM). Al�m de Lyra foi citado L�cio Bolonha Funaro.
Milton Lyra afirmava agir em nome dos senadores "da bancada do PMDB" que teriam sido destinat�rios da maior parte da propina, afirmou o delator.
Em outra frente de apura��es, que apura desvios nos fundos de pens�o, ele � investigado por aparecer como operador de duas empresas que captaram R$ 570 milh�es do Postalis, o fundo de pens�o dos Correios.
O lobista � benefici�rio da offshore Venilson Corp, aberta em fevereiro de 2013 no Panam�, segundo revelaram os documentos do Panama Papers. A empresa foi usada para abrir uma conta numa ag�ncia do banco UBS na Alemanha. A institui��o banc�ria encerrou as rela��es com o brasileiro cerca de dois meses depois, quando houve uma tentativa de movimentar uma alta quantia pela conta sem que estivesse esclarecida a origem do dinheiro.
A notoriedade de Milton aumentou no final de 2015, quando o senador Delc�dio do Amaral (ex-PT-MS) foi preso numa das fases da Opera��o Lava Jato. Um bilhete apreendido na casa de Diogo Ferreira, ent�o chefe de gabinete de Delc�dio, falava de uma suposta propina de R$ 45 milh�es. Milton Lyra � citado nesse contexto nas mesmas anota��es - e nega qualquer tipo de conex�o com essa hist�ria.