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Estado de Minas

Assassinatos e atentados contra pol�ticos ofuscam as elei��es municipais no Brasil

Em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, o prefeito e candidato Gilberto Gomes da Silva foi baleado nessa quarta-feira por um motociclista, mas saiu ileso


postado em 29/09/2016 15:07 / atualizado em 29/09/2016 18:59

Prefeito candidato à releição sofre atentado no Vale do Jequitinhonha(foto: Reprodução internet/Facebook)
Prefeito candidato � relei��o sofre atentado no Vale do Jequitinhonha (foto: Reprodu��o internet/Facebook)

Uma s�rie de assassinatos de candidatos domina a campanha para as elei��es municipais do pr�ximo domingo no Brasil e provoca temores de que as tens�es pol�ticas enveredem por territ�rios perigosos.

Os crimes se concentram principalmente no Rio de Janeiro, com 15 assassinatos de candidatos a prefeito ou vereadores nos �ltimos nove meses, ainda que grandes atentados tenham ganhado as p�ginas principais durante esses dias.

Um candidato � Prefeitura de Itumbiara, em Goi�s, Jos� Gomes Rocha, e um policial foram mortos a tiros na quarta-feira durante uma carreata da campanha onde o atual governador do estado participava, Jos� Eiton J�nior, que ficou gravemente ferido.

O agressor, identificado como um funcion�rio da Prefeitura, foi morto.

Em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, o prefeito e candidato Gilberto Gomes da Silva foi baleado nessa quarta-feira por um motociclista, mas saiu ileso.

Ainda nessa quarta, o �nibus do cantor sertanejo e candidato � prefeitura de Ribeir�o das Neves Antonio Carlos, foi incendiado. O cantor acredita que o crime tenha motiva��o pol�tica.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, prometeu impulsionar a "investiga��o dos poss�veis atentados pol�ticos contra candidatos".

O candidato de Itumbiara pertencia ao PTB (direita) e Gilberto Gomes da Silva � um dos l�deres do PPS (esquerda).

As autoridades mobilizaram 20.000 militares para proteger os com�cios, com especial aten��o a 266 munic�pios de onze estados.

Uma op��o recebida em muitos casos com ceticismo, dado que "os aparelhos repressivos do Estado n�o entendem os conflitos dessas comunidades e, por causa disso, s�o ineficazes", afirmou o cientista pol�tico e juiz Jo�o Batista Damasceno, citado nesta quinta-feira pelo jornal O Dia.

Os brasileiros ir�o eleger em 2 de outubro - com o segundo turno marcado para o dia 30 - mais de 5.500 prefeitos, em um ambiente pol�tico marcado pela recente destitui��o da presidente Dilma Rousseff, substitu�da por seu vice-presidente, do PMDB-RJ (centro-direita), Michel Temer.

Velório do presidente da Portela e candidato a vereador, Marcos Falcon, no Rio (foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)
Vel�rio do presidente da Portela e candidato a vereador, Marcos Falcon, no Rio (foto: T�nia R�go/ Ag�ncia Brasil)

Mil�cias e lutas por territ�rios no Rio


No Rio de Janeiro, o assassinato na segunda-feira do presidente da escola de samba Portela e candidato a vereador voltou a evidenciar o papel das mil�cias.

Marcos Vieira de Souza do PP (direita), conhecido como Falcon, de 52 anos, foi morto por desconhecidos em Madureira.

Falcon foi preso em 2011 sob suspeita de pertencer � mil�cia que opera em Madureira, bairro da escola de samba, mas a justi�a o declarou inocente.

"Estamos assistindo uma s�rie de assassinatos no sub�rbio do norte do Rio e tudo indica que h� uma conex�o entre interesses pol�ticos em conflito e as mil�cias", disse Michel MFalisse, especialista em assuntos de viol�ncia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No total, 15 candidatos ou pessoas relacionadas �s campanhas eleitorais foram mortos na Baixada Fluminense, pobre sub�rbio da zona norte da cidade.

As mil�cias s�o herdeiras dos "esquadr�es da morte" que na �poca da ditadura militar (1964-1985) "eram contratadas por comerciantes ou chefes pol�ticos para 'limpar' a Baixada de pequenos delinquentes ou advers�rios inc�modos", relembra outro especialista do tema, Ign�cio Cano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Atualmente, os milicianos - policiais e ex-policiais - expulsam os traficantes de droga e cobram por seus servi�os.

"� um neg�cio muito lucrativo, como o do tr�fico, e (seus participantes) entram na pol�tica porque t�m necessidade do poder para se proteger e aumentar seus territ�rios", aponta a pesquisadora Alba Zaluar, da Uerj.

Segundo o jornal O Globo desta quarta-feira, as mil�cias cobram at� 120.000 reais para candidatos que queiram fazer propaganda em �reas sob seu controle.

O delegado Giniton Lages, que investiga 13 dos 15 assassinatos, explica: "A mil�cia (...) est� relacionada com o poder p�blico e diversifica seus neg�cios. E seus membros t�m que matar para se impor".

Diversificar os neg�cios

As mil�cias oferecem tamb�m diversos servi�os aos moradores das regi�es abandonadas pelo Estado, na busca de consolidar seu poder.

Servi�os alternativos de transporte ou de seguran�a, venda de buj�es de g�s, instala��o de Wi-Fi s�o algumas das atividades propostas. "Com bons contatos nas prefeituras, fica f�cil bloquear uma batida policial" que procura fre�-las, afirma um l�der pol�tico, que pediu anonimato.

"Nossas institui��es n�o est�o percebendo, ou n�o querem ver, a profissionaliza��o do crime" nem "a exporta��o para outros estados do modelo de fac��es e mil�cias, criado no Rio de Janeiro e em S�o Paulo", adverte o jornalista Chico Regueira, do jornal O Globo, em um editorial intitulado "Narcoestados, presente ou futuro?".


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