S�o Paulo e Curitiba, 30 - A Pol�cia Federal afirma que o ex-ministro Antonio Palocci pagou o marqueteiro Jo�o Santana com US$ 11,7 milh�es em propina supostamente recebida da empreiteira Odebrecht. O dinheiro il�cito, segundo a PF, bancou despesas da campanha presidencial de 2010, quando a petista Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez.
As informa��es constam do extenso pedido de pris�o preventiva que a PF apresentou � Justi�a Federal contra o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma. Nesta sexta-feira, 30, o juiz S�rgio Moro decretou a cust�dia preventiva de Palocci por "risco � ordem p�blica" e para "aplica��o da lei penal".
"Conforme j� demonstrado, o pagamento, travestido de remunera��o pelos servi�os publicit�rios de Jo�o Cerqueira de Santana Filho e M�nica Regina Cunha Moura (mulher de Santana) ao Partido dos Trabalhadores na campanha presidencial de 2010, consistia em consuma��o das vantagens indevidas concedidas pela Odebrecht em favor de Antonio Palocci Filho e do grupo pol�tico que este representava", diz o documento, subscrito pelo delegado Filipe Hille Pace, que comanda a Opera��o Omert�, 35.� fase da Lava Jato.
Palocci foi preso em car�ter tempor�rio na Omert� na segunda-feira, 26, por suspeita de capta��o de R$ 128 milh�es em propinas da Odebrecht. O ex-ministro nega. A suspeita da PF tem base na planilha "Posi��o Italiano" apreendida no Setor de Opera��es Estruturadas, por meio do qual a Odebrecht teria montado s�lida rede de distribui��o de propinas para pol�ticos e agentes p�blicos.
Para a PF "italiano" � uma refer�ncia expressa a Palocci - o que � negado por seu defensor, o criminalista Jos� Roberto Batochio. Segundo a PF, o "acerto criminoso entre Palocci e a Odebrecht" previa a transfer�ncia de um montante de US$ 11.719.691,08 para o marqueteiro Jo�o Santana e sua mulher.
"Frise-se que tais pagamentos est�o vinculados a anota��o das planilhas "Posi��o Italiano 310712MO.xls" e "POSICAO - ITALIANO 22 out 2013 em 25 nov.xls'", destaca o relat�rio da Omert�. Os investigadores afirmam que em 2011 "foram feitos pagamentos no exterior para Jo�o Santana e M�nica Moura".
Em 4 de janeiro de 2013, ressalta o documento entregue ao juiz Moro, os marqueteiros celebraram "contrato ideologicamente falso" com empresa offshore controlada pelo Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht para o fim de justificar novos pagamentos que vieram a ser feitos pelo grupo empresarial em benef�cio da offshore Shellbill Finance S.A., de propriedade de Santana e sua mulher.
A PF informou o juiz da Lava Jato que "novos pagamentos" a Jo�o Santana e a M�nica Moura ocorreram a partir de 2013, mas tais transfer�ncias n�o constaram das planilhas "Italiano". Os investigadores, por�m, est�o convencidos de que "tais pagamentos tamb�m foram determinados por Antonio Palocci". Por isso, essa etapa da Omert� "carece de aprofunda��o", por meio de um inqu�rito espec�fico.
"Repita-se, para que n�o pairem d�vidas, que os valores pagos a Jo�o Santana e M�nica Moura, no total de US$ 11.719.691,08, entre 19 de julho de 2011 e 18 de julho de 2012, foram feitos, a partir do que demonstram os elementos probat�rios colhidos durante toda a presente investiga��o policial, em raz�o de pedido de Antonio Palocci Filho e do grupo pol�tico que representava junto � Odebrecht tendo em vista a interfer�ncia e benef�cios que estes concediam ao grupo empresarial liderado por Marcelo Bahia Odebrecht."
O relat�rio � taxativo. "Os pagamentos coordenados por Antonio Palocci Filho e Marcelo Bahia Odebrecht n�o se limitaram �s transfer�ncias para Jo�o Cerqueira de Santana Filho e M�nica Regina Cunha Moura."