SP: um ter�o n�o vota, mais do que o apoio a Doria

S�o Paulo, 03 - A capital paulista registrou nas elei��es municipais deste ano n�mero recorde de eleitores que n�o compareceram �s urnas ou que votaram nulo ou branco. Um em cada tr�s paulistanos (34,8%) n�o participou da escolha do novo prefeito, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral - maior �ndice desde 1996, �ltimo dado dispon�vel.

Somados, as absten��es (1,94 milh�o de pessoas) e os votos Brancos (367 mil) e nulos (788 mil) superam a vota��o do candidato eleito Jo�o Doria (PSDB), que obteve 3,08 milh�es de votos. Ao todo, a capital paulista tem 8,88 milh�es de eleitores aptos a votar.

Considerando apenas as pessoas que foram �s urnas, mas n�o optaram por nenhum dos candidatos, o n�mero supera os votos do prefeito Fernando Haddad (PT), que ficou em segundo lugar na disputa, com 967 mil votos, ou 16,7% dos votos v�lidos. Brancos e nulos, por sua vez, somaram 1,15 milh�o. Com isso, na pr�tica, apenas o candidato do PSDB, dentre os 11 que disputaram, conseguiu mais votos do que a soma dos votos dos eleitores que n�o optaram por ningu�m.

"Doria est� com um ter�o

(dos votos totais)

, n�o com 53%", afirma o economista Alexandre Cabral, para quem o resultado nas urnas na capital paulista mostra que a popula��o n�o quer nem PT e nem PSDB. "A popula��o est� desgostosa da pol�tica."

Como a apura��o nas elei��es para prefeito ainda n�o havia terminado nos 5.568 munic�pios brasileiros em que houve disputa no domingo, 2, n�o foi poss�vel totalizar a quantidade de votos brancos e nulos para todo o Pa�s. A absten��o, no entanto, foi de 17,6%, ligeiramente acima dos 16,4% registrados em 2012. A maior taxa de n�o-comparecimento �s urnas em rela��o ao tamanho do eleitorado nos �ltimos 20 anos foi registrada em 1996: 18,3%.

Mesmo assim, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, destacou que o �ndice "� relativamente baixo, se tivermos em conta as elei��es de 2014, que tivemos quase 20% de absten��o", disse.

De acordo com Mendes, a multa branda para quem n�o comparece �s urnas faz com que a obrigatoriedade do voto no Brasil "n�o se traduza" em uma obriga��o de fato, com pena econ�mica relevante. Ele falou sobre a necessidade de se fazer esfor�o para persuadir a popula��o a participar do processo eleitoral.

An�lise

Analisar a taxa de absten��o � tarefa complicada. Ao contr�rio do que pode parecer, ela n�o mede perfeitamente a apatia em rela��o �s elei��es municipais, pois engloba tamb�m erros no cadastro. Isso acontece porque a absten��o � calculada por meio da diferen�a entre o eleitorado total e a quantidade de pessoas que compareceram �s urnas, mas o TSE n�o possui um cadastro sempre atualizado em rela��o ao n�mero verdadeiro de eleitores.

Se algu�m morreu ou mudou de cidade, por exemplo, ele ainda pode aparecer nos n�meros de eleitorado - e sua aus�ncia acabaria entrando na absten��o. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.