Jean Wyllys diz que n�o h� raz�es para ser processado no Conselho de �tica

Bras�lia, 05 - O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) lamentou nesta quarta-feira, 5, o in�cio de mais um processo disciplinar contra ele no Conselho de �tica da C�mara e disse que n�o h� raz�es para ele ser acusado de quebra de decoro parlamentar. "Como � poss�vel um deputado com dois mandatos, um gay assumido, com prest�gio internacional, honesto pol�tica e intelectualmente, ter ido ao Conselho de �tica?", questionou.

O deputado n�o quis comentar detalhes da representa��o e disse que n�o falar� antes que os conselheiros tomem uma posi��o sobre o assunto. Wyllys afirmou que cabe � imprensa fazer uma an�lise do hist�rico dos processos disciplinares na Casa.

Na ter�a-feira, 4, o colegiado instaurou o processo disciplinar no qual o parlamentar � acusado de ato atentat�rio por ter cuspido em dire��o ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da vota��o do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no plen�rio da Casa.

Foram sorteados tr�s candidatos para relatar o processo: Ricardo Izar (PP-SP), Z� Geraldo (PT-PA) e Leo de Brito (PT-AC). O presidente do colegiado, Jos� Carlos Ara�jo (PR-BA), escolher� um dos tr�s para a fun��o.

O processo � fruto de seis representa��es levadas � Corregedoria da Casa, sendo duas delas do ator Alexandre Frota. A Mesa Diretora aprovou o encaminhamento das representa��es e sugeriu a suspens�o do mandato parlamentar por at� seis meses. Caber� ao Conselho de �tica arquivar ou dar continuidade ao processo.

O deputado do PSOL tamb�m responde a outro processo no colegiado. Na representa��o, o PSC alega que Wyllys associou os nomes de Bolsonaro e Marco Feliciano (PSC-SP) ao atentando em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, em junho. No post publicado em sua p�gina no Facebook, em 12 de junho, Wyllys escreveu que discursos de �dio de pessoas com proje��o podem levar cidad�os comuns a praticar atos de viol�ncia.

O processo est� em fase de apresenta��o do parecer de admissibilidade, um dos itens da pauta da reuni�o marcada para esta tarde no conselho.

Hist�rico

Wyllys j� enfrentou processo no colegiado e a representa��o do PSD foi arquivada por unanimidade. Na sess�o plen�ria do dia 28 de outubro do ano passado, o deputado Jo�o Rodrigues (PSD-SC) alegou que o colega do PSOL o teria ofendido, acusando-o de roubar dinheiro p�blico. Wyllys e Rodrigues - que j� foi flagrado por c�meras de TV assistindo a um v�deo pornogr�fico no plen�rio - trocaram acusa��es no plen�rio ap�s o deputado do PSD subir na tribuna para defender o projeto que muda o Estatuto do Desarmamento.

Na ocasi�o, o relator Nelson Marchezan J�nior (PSDB-RS) apresentou um parecer pr�vio contra a admissibilidade da a��o, argumentando que as palavras de um parlamentar n�o podem ser censuradas e que era preciso ter parcim�nia na decis�o de punir um deputado por palavras proferidas na Casa.