S�o Paulo, 11 - Em uma campanha curta e com poucos recursos, falou melhor com o eleitor quem soube ser sucinto e afiado. Nada traduz melhor a "ligeireza" dessas elei��es do que o "meme" (imagem ou frase bem-humorada que se espalha na internet). Foram eles que ajudaram a construir e desconstruir candidaturas e consolidar percep��es sobre esse ou aquele candidato - tanto faz se na resolvida disputa de S�o Paulo ou no polarizado segundo turno do Rio.
Em S�o Paulo, um meme de John Travolta (em
Pulp Fiction
) procurando a candidata Luiza Erundina (PSOL) foi parar at� no Hor�rio Eleitoral Gratuito - assim como Fl�vio Bolsonaro (PSC) passando mal durante o debate na Band inspirou muitas cria��es no Rio.
"Trata-se, sem d�vida de uma ferramenta de dissemina��o de ideias. Eles s�o recados pontuais - j� que a vida �til de um meme � curt�ssima. A maioria 'vive' por poucas horas; os muito bons v�o ser compartilhados por dois dias; e os fant�sticos v�o entrar naquelas listas de 'Os 10 memes que voc� precisa conhecer...'", comenta o professor de inova��o e tecnologia da ESPM-Rio Fabro Steibel.
No segundo turno da disputa para a prefeitura do Rio, com dois candidatos que representam vis�es de mundo opostas, os memes tendem a refor�ar os estere�tipos de cada um. Por exemplo, contra Marcelo Freixo (PSOL) sobram montagens abordando a legaliza��o da maconha. J� outros memes ligam Marcelo Crivella (PRB) � pr�tica do d�zimo em igrejas evang�licas.
"Sem d�vida, os memes s�o uma forma de fazer pol�tica e de milit�ncia. No Brasil, eles funcionam melhor do que em outros pa�ses porque o eleitor brasileiro 'se emociona' mais f�cil, gosta de rir ou chorar. N�o tem muito disposi��o para o debate mais te�rico ou aprofundado", diz o coordenador do Laborat�rio de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic), da Universidade Federal do Esp�rito Santo.
Para o coordenador de m�dias digitais da campanha do prefeito eleito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), Daniel Braga, os memes 'de oposi��o', como um suposto logo da capital feito por Romero Britto, s� ajudaram a refor�ar a imagem do candidato. "Na verdade, s�o memes que pregam para eleitores j� convertidos. Ningu�m mudou de voto porque viu o Doria de cashmere." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.