Pol�cia Legislativa da C�mara diz desconhecer varredura em resid�ncia oficial

Bras�lia, 24 - A Pol�cia Legislativa da C�mara disse desconhecer a varredura na resid�ncia oficial em Bras�lia solicitada no ano passado pelo ent�o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aos policiais legislativos do Senado.

Segundo a Pol�cia da C�mara, a varredura pode ter acontecido sem o conhecimento da institui��o porque os policiais que fazem a seguran�a presidencial n�o costumam circular pela resid�ncia do deputado e n�o tem o controle das pessoas que entram com o consentimento do parlamentar.

Em depoimento prestado � Pol�cia Federal, o diretor da Pol�cia do Senado, Pedro Ricardo Ara�jo Carvalho, disse hoje que, a pedido de Cunha, policiais legislativos do Senado fizeram uma varredura na resid�ncia oficial � procura de dispositivos de escuta ambiental e telef�nica. O pente-fino ocorreu, segundo ele, depois que a Pol�cia Federal cumpriu mandado de busca e apreens�o no im�vel, em dezembro do ano passado, numa das etapas da Opera��o Lava Jato.

Troca

Diferentemente da Pol�cia Legislativa do Senado, onde o diretor Pedro Ricardo comandava a equipe h� 11 anos, na C�mara dos Deputados a diretoria muda, em m�dia, a cada dois anos. Ao assumir a presid�ncia da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), trocou todos os diretores, inclusive da Pol�cia Legislativa.

As mudan�as geralmente ocorrem a cada troca de presidente da C�mara, que promove os policiais de sua confian�a. O �ltimo que ocupou o cargo foi Paulo Marques, que assumiu a fun��o na gest�o do ent�o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em 2013. Com um perfil mais pol�tico, Marques conseguiu se manter no cargo durante a gest�o do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Fontes dizem que Marques se exp�s al�m do recomendado, recepcionava o presidente pessoalmente na entrada da C�mara e gostava de aparecer sempre ao lado de Cunha. Marques foi substitu�do h� um m�s por Paul Deeter, que foi professor de ingl�s de Maia h� 25 anos. "Apenas renovei, nada al�m disso", justificou Maia.

A Pol�cia Legislativa da C�mara tem um efetivo de 260 homens e foi criada por uma resolu��o de 2003. N�o h� v�nculo administrativo com os colegas do Senado. A ess�ncia do trabalho � fazer a seguran�a nas depend�ncias da Casa, o controle de entrada no pr�dio e a seguran�a do presidente da C�mara 24 horas por dia. Em 2014, os policiais chegaram a fazer a escolta de Alves durante sua campanha para governador do Rio Grande do Norte porque o deputado n�o havia se licenciado do cargo para disputar o governo local.

Os policiais da C�mara j� chegaram a reivindicar a compra de um equipamento de varredura parecido com o do Senado, mas a Casa nunca autorizou sua aquisi��o por se tratar de um equipamento caro. Os agentes s�o capacitados para fazer apenas a varredura f�sica, mas as solicita��es geralmente s�o formalizadas.