O delator Humberto Mesquita, genro do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, afirmou que o empres�rio Mariano Marcondes Ferraz repassava US$ 70 mil em propina a cada trimestre para o executivo da estatal petrol�fera. Ferraz foi preso nesta quarta-feira, 26, no Aeroporto Internacional de S�o Paulo, em Guarulhos/Cumbica, quando embarcava para Londres.
O empres�rio foi citado em pelo menos quatro dela��es premiadas. Al�m de Humberto Mesquita, tamb�m o denunciaram os delatores Nestor Cerver� (ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras), o operador de propinas Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, e o Paulo Roberto Costa.
"Em sua colabora��o premiada, Fernando Soares informou, ainda, ter participado de um jantar fornecido por Mariano Ferraz na resid�ncia deste, com a presen�a de Paulo Roberto Costa, ocasi�o em que Mariano Ferraz manifestou o interesse a Paulo Roberto Costa de renovar o contrato de algu�m de tanques na RNEST, com acr�scimo de valores, com a alega��o de que os valores estavam m�dicos", declarou Baiano, segundo o pedido de pris�o de Mariano Marcondes Ferraz feito pela for�a-tarefa da Lava Jato.
Ferraz � ligado � empresa Trafigura. Paulo Roberto Costa declarou que a Trafigura, por interm�dio do empres�rio, 'ofereceu o pagamento de vantagens indevidas para prestar servi�os � Petrobras, tendo o ent�o diretor de Abastecimento da companhia adotado provid�ncias para contrata��o daquela empresa'.
Segundo a Procuradoria da Rep�blica, no Paran�, 'em cumprimento � promessa de pagamento de vantagens indevidas, Mariano Ferraz efetuava, rotineiramente, o repasse da propina para Paulo Roberto Costa no exterior'.
"Para tanto, Paulo Roberto Costa contou com os pr�stimos de Humberto Sampaio de Mesquita (Humberto Mesquita), seu genro, o qual ficou encarregado de operacionalizar o recebimento das vantagens indevidas na conta da offshore OST Invest & Finance INC (OST Invest), mantida no Banco Lombardier Odier, sediado em Genebra, Su��a", relata a for�a-tarefa da Lava Jato.
O Minist�rio P�blico Federal destaca que Humberto Mesquita celebrou acordo de colabora��o premiada e revelou que Paulo Roberto Costa lhe solicitou que entrasse em contato com Ferraz 'para recebimento de valores de propina da Trafigura na conta OST Invest'.
"O colaborador Humberto Mesquita revelou que Mariano Ferraz, aproximadamente a cada trimestre, efetuava dep�sito de valores na OST Invest no importe de US$ 70 mil", destaca a Procuradoria.
Segundo a Lava Jato, 'o total das transa��es imput�veis a Mariano Ferraz atinge a quantia de US$ 868.450,00'.
"Tais valores s�o condizentes com o documento objeto de apreens�o ("Beto - Relat�rio Mensal SET 2013 - valores relativos ao PR") que indica um total aproximado de US$ 800 mil de propina para Paulo Roberto Costa. Al�m disso, no documento "Beto - Relat�rio Mensal MAIO 2013 - valores relativos ao PR" h� a indica��o de pagamento de Euro 52.800,00, o que �, de fato, corroborado com o valor total das vantagens indevidas depositadas por Mariano Ferraz na conta OST Invest no importe de US$ 868.450,00", diz a for�a-tarefa.
Defesa
Ap�s a pris�o de Ferraz, seus advogados informaram que ainda est�o se inteirando sobre sua pris�o e v�o se manifestar assim que tiverem mais informa��es sobre o caso.