Belo Horizonte, 02/11/2016, 02 - A oposi��o ao governo de Fernando Pimentel na Assembleia Legislativa de Minas acusa a base do governador na Casa de manobrar para evitar o seu afastamento do cargo. Segundo deputados estaduais, nomes da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) foram trocados para garantir a rejei��o a propositura que trata da abertura de a��o penal contra o chefe do Executivo mineiro no Superior Tribunal de Justi�a (STJ).
Pimentel foi denunciado no �mbito da Opera��o Acr�nimo, que investiga irregularidades no financiamento de campanhas pol�ticas, mas, antes de julgar se aceita a a��o, o STJ decidiu que a abertura do processo deveria passar pela aprova��o dos deputados estaduais.
Segundo a oposi��o, foram feitas tr�s trocas na CCJ, que vai analisar a quest�o antes de a propositura ser levada ao plen�rio. Com isso, a expectativa dos aliados � garantir ao menos cinco votos a favor do governador.
A comiss�o era formada por dois deputados do PSDB, tr�s do PMDB, um do PPS � um do PT. Segundo o l�der da minoria na Casa, Gustavo Valadares (PSDB), o parlamentar do PPS, Ant�nio Jorge, foi substitu�do sem assinar a ren�ncia. �A sa�da da comiss�o acontece por ren�ncia ou por troca de partido. Foi manobra do governo�, disse. Ant�nio Jorge foi substitu�do pelo l�der do bloco Compromisso com Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV), aliado a Pimentel. A escolha dos integrantes da comiss�o cabe ao l�der do bloco do qual o deputado faz parte.
Al�m do deputado do PPS, foram substitu�dos ainda um deputado do PMDB, partido que faz parte da base de Pimentel, por um do PT, e um do PT por deputado do pr�prio partido.
Experi�ncia
O l�der do governo na Casa, Durval �ngelo (PT) um dos que passaram a fazer parte da CCJ, negou que a troca de parlamentares de partidos aliados tenha a ver com a possibilidade de trai��o. �Colocamos parlamentares mais experientes, por se tratar de uma proposi��o mais complexa�, disse. �� algo muito comum. Aconteceu inclusive na C�mara dos Deputados, antes da vota��o sobre o impeachment de Dilma Rousseff. L�, no entanto, ningu�m reclamou�, completou o deputado estadual.
Durval negou tamb�m a ocorr�ncia de manobra pelo fato de o parlamentar do PPS n�o ter assinado a carta de ren�ncia. �Todas as indica��es s�o feitas pelos l�deres. O l�der tira, o l�der p�e�, afirmou o petista.
Ant�nio Jorge faz parte do bloco comandado por Agostinho Patrus. O parlamentar do PPS disse n�o concordar com a sua sa�da da CCJ, mas que n�o pretende tentar retomar o posto na comiss�o.
A comiss�o n�o tem o poder de impedir a chegada da proposi��o ao plen�rio. Por�m, partir� dela o parecer a ser enviado � Mesa Diretora da Assembleia.
Rito
Na sess�o de ontem, que foi marcada por protestos, a Assembleia anunciou ter notificado Pimentel sobre o processo. Ele ter� o prazo de dez sess�es para apresentar sua defesa � CCJ. Depois, a comiss�o ter� cinco sess�es para emitir parecer que, uma vez aprovado, ser� enviado � Mesa Diretora, lido e inclu�do na reuni�o imediatamente posterior.
O advogado de Pimentel, Eug�nio Pacelli, disse j� ter enviado a defesa do governador � Assembleia, mas n�o quis revelar seus argumentos. �Voc�s logo saber�o. Nulidades variadas da investiga��o. E improced�ncia das acusa��es�, afirmou ao Estado por meio de mensagem. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.